Nagib Charone Filho(*)

O Ver-O-Peso completou 396 anos e tem quase a idade de Belém. Entretanto, do modo como ele se apresenta hoje, com a Doca, o Mercado de Peixe e a Estação das Docas com seu belíssimo Cais em Muro de Gravidade (muro de peso) e seus Galpões de aço, não tem mais que 117 anos. Esse formato aparece na administração do Intendente Antônio Lemos, mais conhecido como “o Velho Lemos” a quem Belém deve quase todo o seu formato atual. Porém, o que chama atenção como obra de engenharia é o muro de arrimo com seus 2 mil metros de comprimento, que vai um pouco além do mercado, terminando no moinho de trigo, no logradouro conhecido como Ver-o Rio.
Sua construção deve-se a uma concessão dada pelo governo federal em 1906 à companhia Port Of Pará de propriedade do empresário americano Percival Faquhar que, captando recursos na Inglaterra e prometendo lucros da exploração da borracha, construiu essa que é a maior obra da cidade. Os galpões em aço rebitado vieram todos da França ou da Bélgica e estão intactos até hoje e podem ser usados em complemento aos da Estação das Docas para ampliação do parque de alimentação, arte, livrarias e teatros e cinemas.
O governador já afirmou que este complemento estará pronto para a COP 30 e, digo com convicção, que é uma das obras importantes para mostrar a Cara de Belém aos 70 mil visitantes que se espera por aqui naquela data. Evidentemente que a mobilidade urbana é a mais importante, porém, “nem só de pão vive o homem” e é de se esperar que após dias de conferências, debates e muita discussão, os convencionais e visitantes possam ter um horário para apreciar a bela Baía do Guajará saboreando os pratos típicos, sucos que só têm no Pará, ouvindo, claro, o Carimbó do Pinduca. Começo pela “Cara de Belém”, mas pretendo, nos próximos artigos, escrever sobre outras obras anunciadas pelo Governador.
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