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DESDE 2008

É importante ter cuidado na hora de usar sanitários públicos | Reprodução

É possível pegar doenças em banheiro público? Entenda os riscos

Pesquisadores de saúde pública esclarecem se o contato com assentos sanitários pode transmitir infecções e como se proteger em banheiros coletivos

Segundo especialistas, a resposta é não da forma como muitos pensam. A professora Jill Roberts, de Saúde Pública e Microbiologia da Universidade do Sul da Flórida (EUA), explica que a chance de pegar uma doença sexualmente transmissível (DST) pelo assento é praticamente nula, já que vírus e bactérias responsáveis por infecções como clamídia e gonorreia não sobrevivem por muito tempo fora do corpo humano.

Quais doenças são mais improváveis de pegar no banheiro?

  • ISTs: como gonorreia, sífilis e clamídia, que exigem contato direto.
  • Infecções do trato urinário (ITU): quase impossível contrair de outra pessoa apenas por contato com o assento.
  • Doenças transmitidas pelo sangue: improvável, já que o sangue seco não transmite com facilidade.

E as exceções?

O HPV (Papilomavírus Humano) pode sobreviver em superfícies por até uma semana. Ainda assim, a transmissão pelo assento do vaso sanitário é rara e só ocorreria em situações muito específicas, como a presença de feridas na pele. Casos envolvendo herpes genital também são teoricamente possíveis, mas extremamente improváveis.

Mais preocupante que o assento são os germes espalhados pelo ambiente. O fenômeno chamado pluma do vaso sanitário — partículas que se dispersam no ar após a descarga — pode carregar vírus como o norovírus e bactérias resistentes, atingindo superfícies como torneiras, maçanetas e até o celular do usuário.

Como se proteger em banheiros públicos?

  • Evite contato direto com superfícies sempre que possível.
  • Lave as mãos com água e sabão por 20 segundos e finalize com álcool em gel.
  • Não use o celular dentro do banheiro, para evitar contaminação.
  • Se possível, dê descarga e saia do local rapidamente.

Estudos mostram que banheiros públicos, por serem higienizados várias vezes ao dia, podem até ser mais limpos que muitos banheiros residenciais, geralmente lavados apenas uma vez por semana.

Em resumo, o risco maior não está em sentar no assento da privada, mas no contato das mãos contaminadas com boca, olhos e nariz. Com higiene adequada, usar banheiros públicos é bem menos arriscado do que a maioria das pessoas imagina.