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ESTADOS UNIDOS

Médicos que defendem Ivermectina contra Covid perdem licença

Organização criada pelos médicos foi uma das principais difusoras do “tratamento precoce”

Autor:Rafael Miyake com informações de O Globo
terça-feira, 20/08/2024, 23:49

Dois médicos dos Estados Unidos (EUA) tiveram as licenças para atuar cassadas pelo American Board of Internal Medicine (ABIM), entidade semelhante ao Conselho Federal de Medicina (CFM), por liderar uma organização que promove a ivermectina como tratamento para Covid-19.

Pierre Kory e Paul Ellis Marik são fundadores da Front Line Covid-19 Critical Care Alliance, principal difusor do tratamento com ivermectina contra Covid-19, e que agora divulga suplementos para tratar “problemas causados por vacinas”.

Kory, presidente emérito da associação, perdeu seu certificado em medicina de cuidados intensivos, doenças pulmonares e medicina interna. Já Marik, diretor científico, não é mais certificado em medicina de cuidados intensivos ou medicina interna.

A ivermectina é um antiparasitário usado no tratamento de infecções por parasitas, como piolhos, sarnas e lombrigas. O medicamento foi promovido como um “tratamento precoce” contra Covid-19 no início da pandemia também no Brasil, integrando o chamado “kit Covid”, junto com outras drogas sem eficácia contra a doença.

Já em julho de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou a utilização do remédio para esse fim. Diversos estudos científicos mostraram ineficácia da ivermectina contra Covid e, pelo contrário, graves riscos colaterais pelo uso fora da bula.

Em uma declaração enviada por e-mail ao Medscape Medical News, Kory e Marik disseram: “acreditamos que esta decisão representa uma mudança perigosa dos princípios fundamentais do discurso médico e do debate científico que historicamente têm sido a base das associações de educação médica”. Eles dizem que a posição da ABIM é um ataque “à liberdade de expressão”.