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Pesquisa da Fiocruz mostra que 72% dos brasileiros sofrem com algum tipo de distúrbios de sono. Saiba um pouco mais sobre eles!

Autor:Laura Vasconcelos/DOL
Atualizado 15/03/2024, 08:34

Na terceira sexta-feira do mês de março é comemorado Dia Mundial do Sono, que, neste ano, acontece no dia 15. A data é uma iniciativa da World Sleep Foundation, representada no Brasil pela Associação Brasileira do Sono (ABS), e ressalta a importância de dormir bem para a manutenção da saúde mental e, por sua vez, a importância da saúde mental para o equilíbrio da sociedade.

Mas, você já acordou cansado mesmo após longas horas de sono? Nem sempre dormir significa descansar e, além disso, os maus-hábitos podem causar distúrbios que se não tratados corretamente geram inúmeros prejuízos a saúde.

De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono, sendo a mais frequente a insônia. Já a Associação Brasileira do Sono (ABS) diz que os casos crônicos de insônia costumam ter duração média de 3 anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças.

A insônia é a dificuldade de adormecer ou manter o sono durante a noite, podendo implicar em cansaço, fadiga, falta de atenção, dor de cabeça e outros problemas físicos e mentais. Ainda segundo a ABS, há fatores como a idade, o sexo e a condição socioeconômica colaboram para a identificação da população que sofre com a insônia. O problema é mais comum entre as mulheres, já que há influência hormonal nesse padrão, uma vez que os índices de insônia começam a aumentar nas mulheres – em relação aos homens – a partir da puberdade.

Além das mulheres, é possível que a insônia seja diagnosticada em idosos, com alguns potenciais fatores como o sono mais fragmentado e apresentar mais comorbidades que interferem no funcionamento noturno e diurno devido à idade. Outro grupo que pode ser afetado com o surgimento da insônia é a população de menor poder socioeconômico, entre desempregados e aposentados e viúvos. Nestes casos, não é raro que os pacientes sejam identificados com outros transtornos psiquiátricos e a insônia se apresente como sintoma secundário de outra condição.

Outros distúrbios do sono e como evitá-los

Mesmo a insônia sendo o distúrbio mais frequente, existem outros que também afetam muitas pessoas, como os respiratórios (ronco e apneia), a narcolepsia (sonolência excessiva durante o dia) e o sonambulismo. Em entrevista exclusiva ao DOL, o médico pneumologista com área de atuação em medicina do sono, André Nunes, explica um pouco mais sobre outras doenças recorrentes ligadas ao sono.

“A insônia é a mais frequente, mas existem outras que também ocorrem como as respiratórias, o ronco e a apneia. Outra que tem casos conhecidos é a narcolepsia, que ocorre quando alguém tem uma sonolência excessiva e sente muito sono durante curtos períodos, só passando com cochilos durante o dia de 20 minutos, mais ou menos. Após essa dormida, se sente revigorada. A narcolepsia pode ser confundida com o sonambulismo que também pode se manifestar desde a infância”, conta.

Durante a noite, se movimentar muito também atrapalha um bom descanso, já que podemos acordar e ter dificuldade em adormecer novamente. “Há ainda os movimentos do sono, como a síndrome das pernas inquietas, que é aquela necessidade que você tem de ficar movimentando as pernas voluntariamente durante o dia. Isso pode acontecer também no sono, mas aí involuntariamente. As pernas se mexem e você acaba tendo um sono fragmentado, prejudicado e de manhã acorda com as pernas cansadas. Aí seria o movimento periódico de pernas durante o sono que pode ou não estar associado em vigília com as pernas inquietas”, completa André.

Dr. André Nunes explica mais sobre distúrbios do sono.

 Dr. André Nunes explica mais sobre distúrbios do sono. |(Reprodução)

Distúrbio na Infância

Os distúrbios do sono podem ser evitados com diagnósticos certos desde a infância. É preciso estar atento a noite das crianças, como dormem e se relaxam, especialmente as que estudam de manhã e acordam cedo para a escola.

O médico André também enfatiza alguns cuidados fundamentais para se ter uma noite tranquila e evitar os distúrbios: “Respeite às 8 horas diárias do sono, evite acordar cedo demais e de preferência durma sem despertador. Prevenir precocemente (de preferência desde a infância) com a observação de alguma alteração na rotina da criança, evitar maus hábitos como telas azuis, telas de celular, televisões pelo menos uma hora antes da hora de dormir. Respeite o ambiente de dormir: silêncio, escuro e confortável. Dormir com alguém que ronca é dormir com o ‘inimigo’ já que atrapalha seu sono. Evite atividades cansativas durante a noite como crossfit, musculação, dormir sob efeito de álcool, comidas pesadas a noite que deem má digestão, evite cafeinados a noite (café, energéticos, alimentos com bastante cafeína), guarde a noite para descansar e se houve algum problema durante o dia, deixe para resolver no dia seguinte e não a noite. A insônia é excesso de dia durante a noite”, concluiu.

Repórter: Laura Vasconcelos

“Laura Vasconcelos nasceu em Belém do Pará e é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade da Amazônia (Unama). Escritora, tem dois livros de crônicas publicados, um em 2020 e outro em 2022. Sonha em cobrir uma Copa do Mundo no país sede, entrevistar o BTS e ganhar um Oscar”.

Coordenação: Ana Paula Azevedo

“Paraense, formada em Comunicação Social – Jornalismo e mãe do baby Maurício, de 9 meses. Sou apaixonada por pizza e churrasco”.