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Os motoristas são abordados por um condutor de outro veiculo que alerta para o suposto problema no automóvel e oferece ajuda. Ao abrir o capô e ter acesso ao motor o problema é criado

DOL/ UOL
18/01/2024

O golpe da “falsa pane mecânica” está se tornando cada vez mais comum no Brasil. O motorista é abordado no trânsito pelo “condutor” de outro veículo, que alerta para um suposto problema no automóvel, dizendo que o motor está soltando fumaça.

Normalmente, a primeira reação do motorista abordado é de parar o carro e verificar o que está acontecendo. Nesse momento, quem avisou sobre o falso problema diz que é mecânico e recomenda um “profissional”, que se dispõe a ajudar. Ao abrir o capô e ter acesso ao motor o problema é criado, geralmente desconectando algum cabo para fazer o propulsor falhar.

Em muitos casos, a sabotagem faz com que alguma luz de advertência se acenda, o que dá maior sensação de veracidade do golpe. Nesse momento, é oferecido o reparo do veículo, mediante a suposta troca de peça, que na verdade nem é trocada. Mesmo assim, o falso serviço é cobrado, e a conta pode sair bem salgada.

A jornalista Tatiana Carvalho e seu pai foram as mais recentes vítimas deste novo golpe. Ela contou que, há cerca de uma semana, os dois retornavam do Rio de Janeiro em direção à São Paulo, capital, no carro da família, na Rodovia Presidente Dutra (BR-116), quando ouviram um estouro e um motociclista fez um sinal.

“Logo depois, [ouvimos] outro barulho e um [Chevrolet] Onix passou, indicando para pararmos. Foi o que fizemos. O motorista desceu e disse que viu fumaça e faísca saindo do motor do carro do meu pai. Pediu para abrirmos o capô, olhou, mexeu um pouco e disse que estava com problema em uma peça X. Falou que, por coincidência, trabalhava em uma distribuidora da Honda e que poderíamos ir com ele até o local para fazer a troca”, relatou.

Ao tentar seguir o condutor do Onix, o Honda da jornalista começou a perder potência. “[O homem que] estava nos ‘ajudando’ disse que deixaria o companheiro dele com a gente e iria até o tal lugar buscar a peça. Em menos de dez minutos estava de volta e o mecânico parceiro dele ‘trocou’ a peça. Apresentou o recibo e falou que meu pai poderia pagar por Pix”, continua.

O valor do recibo, incluindo a mão de obra, foi de R$ 2,2 mil. O pai da jornalista, porém, convidou a dupla a acompanhá-lo até uma oficina da Honda antes de efetuar o pagamento. No caminho, os dois golpistas desistiram de ir e desapareceram no meio do caminho. Já na concessionária, após o carro ser inspecionado, Tatiana foi informada de que nenhuma peça tinha sido trocada.

Jornalista recebeu 'recibo' com cobrança por peça que não foi trocada no carro de sua família.
Jornalista recebeu ‘recibo’ com cobrança por peça que não foi trocada no carro de sua família. |Imagem: Arquivo pessoal

“Não trocaram nada. Provavelmente só desconectaram um cabo quando abrimos o capô, ainda na Dutra, e reconectaram quando fingiram trocar a tal peça. Resultado: zero reais de prejuízo financeiro, mas prejuízo psicológico enorme. Nós [tivemos] alguma sorte, mas muita gente cai no golpe. Cuidado”, postou a jornalista.

Como se prevenir do novo golpe:

  • Não aceite a ajuda de estranhos e desconfie se a pessoa insistir em ajudar: isso pode indicar que se trata de um golpista em potencial. Prefira acionar o socorro de sua seguradora ou busque uma oficina ou de um profissional de confiança.
  • Nunca forneça seus dados pessoais a terceiros, como RG, CPF, endereço e dados bancários, e nem senha do cartão de crédito ou número da conta.
  • Mantenha todas as revisões do seu veículo em dia, para se certificar de que ele está bem conservado e com menos risco de problemas mecânicos.