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DESDE 2008

Foto: Freepcki

O CIRCO CHEGOU

Já começou o maior espetáculo eleitoral do continente latino-americano: as eleições municipais de 2024 no Brasil. Potenciais candidatos a Prefeituras e Câmara de Vereadores de 5.568 municípios brasileiros já estão no picadeiro, oferecendo pipoca e algodão doce ao respeitável público. São mágicos, ilusionistas, contorcionistas, equilibristas, malabaristas, palhaços que fazem a plateia rir e chorar da desgraça das suas próprias cidades. Artistas quem têm o dom de iludir. Sobem ao palco prometendo sonhos. Porque sonhar não custa nada e compra quem quer. Quem os vende, também sonha. Sonha com quatro anos de poder. Quem os compra, sonha com o amanhã melhor do que hoje. É o circo eleitoral no espetáculo da democracia.

ED, o promesseiro

Até caroço de açaí sabe que Edmilson Rodrigues (PSol) é candidato à reeleição à Prefeitura de Belém. Ed é a versão melhorada do leso prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB). Talvez um pouco mais do mesmo. Estagnada, Belém esperava que caísse do céu mais do que chuva. Eis que veio a COP 30, a Conferência da ONU sobre o clima no planeta que acontecerá na capital em novembro de 2025, um ano após as eleições municipais.

Paneiro de projetos

Não mais que de repente, Ed saiu da toca e passou a desfilar um paneiro cheio de projetos. Empreendimentos tão fantástico que até ele mesmo duvida realizá-los. Porque para tira-los do papel é preciso um rio Amazonas de dinheiro. Dinheiro estrangeiro. E dinheiro de gringo é que nem visagem: a gente sabe que existe, mas não vê.

Bacia do Mata Fome

A penca de projetos do prefeito inclui:  a urbanização das Bacias do Mata Fome e do Paracuri. O primeiro, no valor de R$ 370 milhões, foi selecionado pelo Ministério das Cidades e pela Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) junto com outras 170 propostas. Para receber os investimentos, a Prefeitura de Belém terá que desembolsar R$ 75 milhões. Ed está revirando as gavetas para achar a grana.

Bacia do Paracuri

Já o projeto da Bacia do Paracuri nasceu morto. A causa: inviabilidade técnica. A obra parou antes de andar. O contrato foi desfeito. Apenas nove famílias foram remanejadas para o conjunto habitacional Maracacuera (Icoaraci). Outras dezenas continuam vivendo ao Deus-dará no Paracuri.

Não tem grana

Ed tenta ainda emplacar dois projetos no Ministério do Turismo (MTur):  a revitalização do Mercado de São Brás e a construção do Parque Verequete na Condor. Alguém precisa avisá-lo que o ministério dirigido pelo deputado federal Celso Sabino (União-PA) tem pompa, mas não tem grana.

Rio sem tracajá

O orçamento do MTur para 2023 é R$ 700 milhões. Distribuídos igualitariamente entre as 27 unidades da federação, cada estado e o DF terá direito à merreca de R$ 26 milhões. Mas ao final de agosto, as despesas previstas do MTur somavam R$ 2,15 bilhões. Resumo da ópera: falta dinheiro, sobram despesas no ministério. Aviso ao prefeito de Belém: desse rio não sai tracajá.

Ovo da galinha

Edmilson, porém, tem circulado pelas redes sociais anunciando grandes obras, como se o dinheiro (estrangeiro e brasileiro) já estivesse garantido. Conta com o ovo antes dele sair da galinha. E assim, com promessas e algumas obras pontuais, vai empurrando com a barriga sua pré-campanha eleitoral. Acorda, Belém!

Parque e Porto

Belém, certamente, vai receber grandes obras até a COP30. Pelo menos dois arrojados projetos já começaram a ser executados: a construção do Parque da Cidade na área do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio e a segunda etapa do Porto Futuro. Conquistas amarradas em junho, quando o governador Hélder Barbalho recebeu o presidente Lula. O ministro das Cidades, Jáder Filho, tem a missão de conseguir recursos federais para que essas obras tenham começo, meio e fim. Que assim seja.

PODEROSA DE MARITUBA

Voltando ao circo. A bela e jovem prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (Republicanos), pode até não ser boa gestora. Mas em se tratando de presepada, nisto ela é imbatível. A moça faz de tudo para aparecer bem na foto. Voa de tirolesa, dança brega, faz show em praça pública, exibe decotes generosos, enfim… Poderosa, só não faz tapar os buracos da cidade.

EXEMPLO DE PEIXE-BOI

Mas tem prefeito trabalhando, sim. É o caso de Neto Cavalcante (MDB), de Peixe-Boi. No final de 2022, entregou a nova orla da cidade, financiada com a ajuda do Governo Helder. Neste final de semana, inaugurou outra importante obra: o Complexo Esportivo de Peixe-Boi, projeto viabilizado com emenda do deputado federal José Priante (MDB). Fechado com quem trabalha, Neto caminha para a reeleição.

SEM TRANSPARÊNCIA

Dezenas de prefeitos em fim de mandato ou candidatos à reeleição não estão cumprindo o que determina a Lei Complementar Nº 131-2009. Ela obriga que prefeitos de todo o país – inclusive, os do Pará – prestem contas de sua gestão no Portal da Transparência que cada prefeitura deve manter na internet. Qualquer cidadão tem o direito ao livre acesso ao Portal. No caso do Pará, muitas prefeituras fecharam as portas do Portal.

PERDEU A VOZ

O barítono Daniel Araújo já arrumou as malas para deixar a direção do Theatro da Paz. O veterano jornalista cultural Edyr Proença é o mais cotado para substituí-lo. Araújo sai de cena sem aplausos.