Cenas de baixaria voltam a dominar a política paraense. Desta vez, ex-parceiros e aliados políticos jogam bosta uns sobre os outros, expondo suas intimidades no varal da vergonha pública. Quatro figurinhas carimbadas – incluindo uma deputada federal, um deputado estadual e um vereador – são os protagonistas de cenas promíscuas, dignas de um cabaré da pior categoria (com todo respeito aos cabarés). Gente que, por não se respeitar e não se dar respeito, não tem qualquer respeito e compromisso com quem os elegeu. Plateia que agora vê segredos de alcova sendo escancarados em horário nobre ao vivo e em cores. É o triste cabaré pegando fogo.
O CRAVO E A ROSA
A baixaria não para por aí. A lama se espalha pelas escadarias da Assembleia Legislativa, onde antes perfumados gabinetes agora exalam o odor pestilento das brigas conjugais. A rádio corredor destila veneno sobre um casal de parlamentares ao som de “O Cravo e A Rosa”, antiga canção de ninar. O Cravo sem mandato e a Rosa em pleno exercício do cargo. Ele sem poder político e na pindaíba; ela toda poderosa. A Rosa mandou o Cravo pastar. Ele não aceitou. Galhos floresceram. Magro e com a cabeça florida, ele vagueia triste pelos corredores da Alepa em busca do poder e do amor perdidos. Ela continua maravilhosa e cheirosa, saracoteando daqui pra acolá. Ô gente má!
LULA REPETE JAIR
O Governo Lula repete o Governo Bolsonaro diante das catástrofes naturais. No primeiro ano do Governo Bolsonaro, toneladas de óleo invadiram as praias do Nordeste, chegando à costa do Pará. O então presidente Jair Bolsonaro simplesmente ignorou o desastre e até hoje não se sabe quem foi o responsável pelo derramamento do óleo. Bolsonaro foi também omisso no combate às queimadas, aos garimpos ilegais, às invasões de terras indígenas, ao flagelo dos yanomami e à extração ilegal de madeira e ouro da Amazônia.
Braços cruzados
Lula, por sua vez, não visitou os municípios do Rio Grande do Sul atingidos por inundações, temporais e até ciclones. Agora, diante da estiagem que atinge pelo menos 23 municípios do Amazonas, Lula faz cara de paisagem. O presidente não acionou nenhum dos seus ministros para que viesse ver de perto o que está acontecendo no Amazonas e na Amazônia, que Lula tanto diz defender nas viagens ao exterior.
Inércia ministerial
Nem mesmo a acreana Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climática, se mexeu. Nem ela nem o senador Randolfe Rodrigues, líder do Governo Lula eleito pelo Amapá. Esperava-se muito mais do que a cestas básicas para socorrer os irmãos amazonenses. Espera-se ainda que Lula mostre à Amazônia ser melhor do que Bolsonaro. Espera-se que a estiagem não venha a secar de vez a esperança dos amazônidas.
Amazônia é Brasil
É evidente que o Governo Lula não vai mudar o aquecimento global nem vai mandar chover no Amazonas para interromper a estiagem. Não é isso que os moradores dos municípios atingidos cobram. Cobram apenas medidas emergenciais e políticas públicas duradouras. Cobram ajuda humanitária, a presença de médicos, o fornecimento de remédio, o abastecimento de alimentos e água potável, a remoção de famílias das vilas em risco de extinção. Cobram, enfim, um pouco de solidariedade, um pouco mais de respeito à Amazônia. Afinal, Amazônia também é Brasil. Ou não é?
PACOTE DE OBRAS
No meio da estiagem amazonense, eis que pelo menos chega uma boa notícia para os paraenses. O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante (PT), anunciou nesta terça-feira (3) em Belém um pacote de R$ 3 bilhões para investimentos no Pará. Dinheiro destinados a viabilizar obras que Belém precisa para receber a badalada COP-30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontecerá em novembro de 2025 na capital paraense.
Projetos prioritários
O anúncio do pacote aconteceu no encontro que Mercadante teve hoje com o governador Helder Barbalho (MDB). Na reunião, ficou mais do acertado que os recursos do BNDES vão financiar projetos priorizados por Helder em Belém. São obras de saneamento, urbanização, mobilidade urbana e outros projetos para melhorar a capital do Pará. Neste caso, o Governo Lula não esqueceu da Amazônia. Ou pelo menos parte dela.
Ed, o ausente
No encontro entre Helder e Mercadante, foi bastante notada a ausência do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSol), candidato à reeleição. Mas não fez falta. Belém já se acostumou com a ausência do prefeito.
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