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DESDE 2008

Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante sobrevoo e visita à comunidade de Catalão atingida pela estiagem em Manaus. Cadu Gomes/VPR

A CAVALARIA CHEGOU

Demorou, mas hoje (4) chegou a Manaus o socorro do Governo Lula que tanto aguardavam os 500 mil moradores do Amazonas, Acre e Rondônia atingidos pela seca que castiga esses três estados. É oportuno lembrar que no dia 12 de setembro, o governador do Amazonas, Wilson Lima, assinou decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios da região metropolitana de Manaus e do Sul do Amazonas. Naquele mesmo dia, Lima apresentou o plano de ação estadual para a Operação Estiagem 2023, anunciando investimentos de R$ 100 milhões.

Tragédia anunciada

Mas a estiagem já estava se alastrando, secando rios e queimando áreas urbanas. Tanto que, entre 12 de junho e 11 de setembro deste ano, o Corpo de Bombeiros registou 1.057 focos de incêndio em Manaus e no interior do estado. Foi aí que o governador disparou o alerta vermelho, decretando a situação de emergência. Somente depois de 20 dias, a comitiva ministerial, comandada pelo vice-presidente Geraldo Alkmin, desembarcou na capital amazonense.

Antes tarde…

Na mala da comitiva, recursos de R$ 138 milhões para obras de recuperação da navegação dos rios Solimões e Madeira. Antes tarde do que nunca. Pelo menos, o presidente Lula descruzou os braços e fez o que deve ser feito. Ao contrário de Bolsonaro, que nunca se importou com tragédias ambientais. Vide o lamaçal de petróleo na costa nordestina em 2019 e as inundações no Sul da Bahia em 2021.

Governadores bolsonaristas

Os governadores dos três estados afetados pela estiagem têm algo em comum além da seca dos rios: todos apoiaram Bolsonaro no primeiro e no segundo turno das eleições presidenciais. Wilson Lima (Amazonas) e Marcos Rocha (Rondônia) são filiados ao União Brasil, enquanto Gladson Cameli é do Progressistas. Esses governadores se elegeram pregando o discurso de Bolsonaro, sempre na contramão da defesa da Amazônia.

Ajuda do adversário

Os partidos de Lima, Rocha e Cameli agora estão na base aliada do Governo Lula, o que não significa dizer que eles (as agremiações e os três governadores) deixaram de defender transloucadas teses bolsonaristas. Agora também, mais do que nunca, os três governadores amazônidas, que antes atacavam Lula, precisam da ajuda do governo petista para que a população de seus estados não tenha o mesmo tratamento dado por Bolsonaro: a omissão e o descaso.

Lição da tragédia

A tragédia ambiental no Amazonas, Acre e Rondônia não pode ser politizada e partidarizada. Precisa de solução. E soluções estão sendo buscadas de ambos os lados. Melhor assim. A estiagem resgata, porém, uma velha lição ensinada pelas raposas políticas: “Política não se faz com o fígado”.

FOGO NO CABARÉ

Nem mesmo as advertências da Justiça do Pará conseguiram abafar o fogo da baixaria que incendeia a política paraense. A troca de ofensas e acusações continua alimentando a promíscua briga entre suas nobres excelências. Retire da sala as crianças. Deixe no salão os desvairados e as doidivanas. E segue o baile da baixaria no cabaré.