Presidente fará parada em Houston (EUA) antes de pousar em Tóquio na 2ª feira (24.mar); percurso inteiro deve levar 25h10min
Evellyn Paola 22.mar.2025 (sábado) – 5h55
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará ao Japão neste sábado (22.mar.2025) para uma visita de Estado. A previsão é que o avião saia de Brasília às 21h no avião VC-1, também conhecido como Aerolula, que tem a capacidade de levar de 100 a 156 passageiros em operações comerciais, a depender da configuração interna.
Não existe voo direto do Brasil para o Japão. Antes de seguir para Tóquio, a comitiva brasileira fará uma parada técnica em Houston (EUA). O voo até a cidade no Sul dos Estados Unidos leva de 9h a 10h. Lá, o chefe do Executivo fará o transbordo para o KC-30, avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com maior capacidade e autonomia.
O percurso inteiro deve levar 25h10min. O petista, portanto, só desembarca no país asiático na 2ª feira (24.mar), levando em conta o fuso-horário dos hemisférios. A previsão de chegada é às 22h (horário de Brasília, ainda no domingo). No horário local, será 10h de 2ª feira (24.mar).
Neste cenário, serão 2 voos para Houston: um do KC-30 e outro no VC1.O Poder360 questionou a Secom (Secretaria de Comunicação) e o Ministério da Defesa sobre a divisão da viagem em 2 aviões. O órgão comandado por José Múcio atribuiu a demanda a assessoria da Presidência que, por sua vez, não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestações.
Atualmente, o Aerolula conta com uma cabine presidencial equipada com cama e um banheiro privativo para o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva. Há também uma área reservada com duas mesas e 8 lugares. Ali, o presidente pode ter conversas privadas durante o voo. Há ainda 16 poltronas para levar as principais autoridades que acompanham o presidente e a tripulação.
Como mostrou este jornal digital, Lula disse decidiu trocar o avião que serve ao Palácio do Planalto em 2023. Considerava a aeronave pequena. Sua intenção era aumentar o número de convidados em viagens internacionais, especialmente deputados e senadores. Um avião maior será útil para essa estratégia.
O KC-30, por sua vez, tem capacidade para 210 passageiros. Foi comprado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da companhia Azul Linhas Aéreas e entregue em 2022. Tem 32 assentos-cama de classe executiva e 206 poltronas de classe econômica.
Não possuem, porém, ambientes reservados que poderiam ser destinados exclusivamente ao presidente. São os maiores jatos da Aeronáutica. A autonomia de voo é de 14.000 km.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), acompanharão o chefe do Executivo a esta ida ao Japão. O ex-presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também irá. A ida dos senadores será custeada pelo Senado. Os valores, no entanto, não foram informados.
AEROLULA JÁ DEU PROBLEMAS NO PASSADO
O avião de Lula teve de dar voltas acima da Cidade do México por causa de um problema técnico logo depois da decolagem em 1º de outubro.
A FAB informou que o problema técnico no avião VC-1, um Airbus 319 CJ, foi resolvido “com sucesso”. Declarou também que os pilotos precisavam gastar o combustível antes de retornar ao Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na capital mexicana –onde trocaram de avião e voltaram a Brasília.
A manobra de queimar combustível antes de um pouso não previsto é comum. Normalmente, o peso do avião no momento da decolagem é superior ao máximo permitido no pouso –pousar com a aeronave pesada aumenta o risco de uma colisão com o chão.
O piloto do avião presidencial na visita ao México identificou um problema na aeronave assim que decolou. Em mensagem à torre de controle do Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na Cidade do México, o comandante usou o código “pan-pan, pan-pan, pan-pan” ao controlador, que significa um problema que necessita de ajuda em solo, mas que não representa risco de vida aos passageiros a bordo.
Segundo o BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Infraestrutura Aeroportuária), a expressão é utilizada em situações de urgência, mas sem perigo iminente. A partir dessa comunicação, o avião tem prioridade da torre, exceto se outro avião reportar o código “mayday, mayday, mayday”, que caracteriza uma situação de emergência, com perigo iminente. Leia a íntegra da cartilha do BGAST (PDF – 697 kB).
O código “pan” vem da palavra pane –falha no funcionamento de algum equipamento elétrico ou hidráulico. Já o mayday vem do francês “m’aidez”, que significa “me ajude”.
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