Em plena COP30, trabalhadores do SBT Pará são demitidos

Enquanto equipes atuavam na cobertura do evento climática, a emissora iniciou um processo repentino de demissões que abalou sua estrutura histórica. A reviravolta começou logo após a exibição do telejornal local da casa, quando praticamente todos os colaboradores celetistas foram convocados ao prédio da emissora, em Batista Campos.

Lá, comunicados pela nova gestão, receberam a confirmação da rescisão imediata dos contratos. Repórteres e cinegrafistas que estavam em plena atividade na COP30 foram retirados às pressas da cobertura para serem informados sobre o desligamento. Segundo relatos internos, a medida atingiu cerca de 98% do quadro.

A direção justificou o movimento como parte de um novo modelo de operação sob o comando do Grupo Norte, empresa que, na prática, assumiu o controle da estação paraense, apesar de, oficialmente, o SBT ter se referido a uma “parceria estratégica”.

Profissionais do setor afirmam que a venda da filial já está consolidada e que operações em outras cidades, como Ribeirão Preto e Jaú, devem seguir caminho semelhante com novos grupos regionais.

Apesar do corte em massa, a emissora assegurou aos funcionários que muitos serão reaproveitados já, nesta segunda-feira (17). No entanto, o retorno ocorrerá em condições completamente diferentes: não mais como celetistas, e sim como prestadores de serviço.

Com isso, os antigos direitos trabalhistas deixam de existir, e os salários devem sofrer redução significativa, projeções internas apontam queda de até metade dos valores pagos anteriormente.

As mudanças vêm sendo acompanhadas pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor), que acompanha a reestruturação desde setembro, quando a gestão da TV Norte Pará abriu seleção para vagas já prevendo contratação via pessoa jurídica.

À época, o Grupo Norte garantiu que todas as rescisões seriam feitas dentro do que exige a legislação e atribuiu as transformações a uma reorganização administrativa.