Decisão altera entendimento do tribunal sobre aplicação de regras de distribuição de vagas restantes após divisão inicial. Julgamento começou em 2024 e foi retomado nesta quinta-feira.
Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília
Uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (13) pode mudar a composição da Câmara, com a troca de sete deputados.
O tribunal resolveu aplicar ao resultado da eleição de 2022 seu entendimento sobre as “sobras eleitorais”, critério usado para distribuir vagas na eleição da Câmara quando os partidos não atingem uma votação mínima para eleger um deputado.
O STF julgou o tema em 2024. Naquele momento, decidiu que o critério das sobras valeria apenas para eleições futuras. Agora, mudou de posição.
O entendimento dos ministros pode ter impacto na configuração da Casa Legislativa – segundo especialistas, em pelo menos sete mandatos. (veja mais abaixo)
À época da primeira decisão sobre o tema, em fevereiro do ano passado, a Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) concluiu que pelo menos sete deputados eleitos em 2022 seriam substituídos por outros candidatos de seus estados:
- Aline Gurgel (PP-AP) entraria no lugar de Silvia Waiãpi (PL-AP)
- Paulo Lemos (PSOL-AP) entraria no lugar de Sonize Barbosa (PL-AP)
- André Abdon (PP-AP) entraria no lugar de Professora Goreth (PDT-AP)
- Professora Marcivania (PCdoB-AP) entraria no lugar de Augusto Puppio (MDB – AP)
- Tiago Dimas (Podemos-TO) entraria no lugar de Lázaro Botelho (PP- TO)
- Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) entraria no lugar de Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
- Rafael Fera (Podemos-RO) entraria no lugar de Lebrão (União Brasil-RO)
Decisão do STF
A maioria dos magistrados seguiu na linha dos votos dos ministros Flavio Dino e Alexandre de Moraes. Seguiram nesta linha os ministros Cristiano Zanin, Nunes Marques, Dias Toffoli, Gilmar Mendes.
A relatora, ministra Cármen Lúcia, votou para rejeitar os pedidos. Foi acompanhada pelos ministros André Mendonça, Edson Fachin, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso.
Inicialmente, ao decidir sobre o tema, a Corte fixou que o entendimento valeria para eleições futuras. Com isso, a decisão não afetaria a atual configuração da Câmara dos Deputados, formada nas eleições de 2022, mas houve recursos.
A análise destes recursos começou em junho do ano passado, no plenário virtual. Na ocasião, chegou-se a formar a maioria a favor de que a decisão fosse aplicada às eleições para deputados de 2022. O julgamento, no entanto, foi interrompido por um destaque do ministro André Mendonça.
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