Força monitora atos por julgamento de Bolsonaro e 7 de setembro
Outro ponto de atenção são as manifestações convocadas para o 7 de setembro, que ocorrerá em meio à análise do caso na Primeira Turma da Corte.
A ordem repassada aos comandos de área é de tolerância zero com eventuais manifestações.
Além disso, o Comando Militar do Planalto (CMP) e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal têm feito reuniões permanentes para discutir a segurança tanto durante o 7 de Setembro quanto ao longo do período do julgamento.
Em Brasília, os atos devem se concentrar na região da Torre de TV, distante das unidades militares e também da Praça dos Três Poderes.
Sob reserva, oficiais avaliam que não haverá atos no entorno dos quartéis. Um dos motivos é o posicionamento do Alto Comando do Exército, apontado ao longo das investigações da trama golpista, de que rechaçou a ideia de um plano de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. A postura da cúpula desagrada apoiadores do ex-presidente.
O julgamento, porém, é sensível para as Forças Armadas pelo número de militares acusados de tentar dar um golpe de Estado. Ainda assim, oficiais repetem com frequência o discurso do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de que é “preciso separar o CPF do CNPJ”. Ou seja, punir maus militares e preservar as instituições.
Nesta primeira fase, serão julgados Bolsonaro, que é capitão do Exército; o tenente-coronel Mauro Cid, delator da trama; e três generais de quatro estrelas: Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil). Além do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
Após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores de Bolsonaro se mantiveram na porta dos quartéis pedindo intervenção militar. Os acampamentos não foram desmobilizados. Em 8 de janeiro de 2023, grupos partiram de frente do Quartel-General em Brasília para atacar as sedes dos Três Poderes.
Integrantes da cúpula do Exército admitem que foi um “erro” ter permitido a permanência dos acampados, mas argumentam que o “ambiente político” da época, com Bolsonaro ainda no poder, impediu outra ação.
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