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Cota da Fifa deve amenizar a situação financeira do Papão

23 de abril de 2020 at 10:49

Nildo Lima

DOL

Presidente do clube trabalha em busca de soluções para a crise

Presidente do clube trabalha em busca de soluções para a crise | Jorge Luiz/Paysandu Ouça esta reportagem 

Enquanto trabalha nos bastidores para definir o futuro do elenco do clube, cujas atividades estão paralisadas em função da pandemia do Covid-19, a diretoria do Paysandu busca socorro financeiro para tentar manter os salários do plantel, dos funcionários e outras despesas em dia. E uma dessas “mãozinhas”, poderá ter cunho internacional. O presidente Ricardo Gluck Paul informou que o clube e os demais integrantes da Série C do Brasileiro asseguraram o recebimento de uma cota como direito pago pela Fifa, via Confederação Brasileira de Futebol (CBF), valor que será pago parceladamente.

“A gente conseguiu agora recentemente mais uma vitória no futebol, conseguindo fazer parte do quinhão, vamos dizer assim, dos direitos internacionais que estavam sendo negociados pela CBF com os clubes da Série A”, revelou Gluck Paul. “A Série C conseguiu entrar, mas ainda com um valor muito modesto. Deve dar algo perto de R$ 150 mil por quatro temporadas. Seriam mais de R$ 500 mil, divididos em quatro parcelas”, detalhou o dirigente bicolor, que tenta agilizar o recebimento, pelo Papão, de um valor maior de uma só vez.

“Estamos tentando antecipar pelo menos duas parcelas pra gente conseguir montar mais alguma coisa”, salientou o presidente, que, além do valor vindo do exterior, tenta ainda encontrar outra fonte financeira para ao menos amenizar as dificuldades enfrentadas pelo clube. “A gente tem trabalhado para colocar as mãos em um crédito que possa suprir em curto prazo e que a gente possa arcar com o pagamento em um médio e longo prazo. Essa é uma saída bastante viável”, informou.

Gluck Paul ressaltou que a situação não permite lentidão nas ações dos clubes. “Não temos alternativa de esperar. Os custos são altos e se acumulam mensalmente. Temos de agir”, lembrou o presidente. Em sentido contrário à busca de recursos, mais de mil agregados do projeto Sócio Bicolor deixaram de pagar suas mensalidades. Além disso, a maioria dos patrocinadores não renovaram seus contratos com o clube.

Policlínica Metropolitana atende 380 pacientes com sintomas de Covid-19 em Belém

22 de abril de 2020 at 08:26

Agência Pará

A Poli Metropolitana agiliza o atendimento a pessoas com suspeita de Covid-19

A Poli Metropolitana agiliza o atendimento a pessoas com suspeita de Covid-19 | Marcelo Seabra/Agência Pará 

A Policlínica Metropolitana, após a determinação do governo do Estado, atendeu nesta terça-feira (21), em Belém, 380 pessoas, no primeiro dia de mudança de perfil para apoiar pacientes com sintomas respiratórios agudos. Oito transferências foram realizadas para o Hospital de Campanha montado no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia.

Nas redes sociais, o governador Helder Barbalho – que tomou a decisão de incluir a Policlínica no suporte aos pacientes de Covid-19 -, mostrou sua preocupação com o cenário do sistema de saúde na Região Metropolitana de Belém. “Nós estamos vivendo um momento muito difícil no combate ao Coronavírus. O sistema de saúde, tanto público quanto privado, está extremamente pressionado. O governo do Estado não tem medido esforços, tem feito todas as ações, ora com o Hospital de Campanha, que mudamos o perfil para equipá-lo com mais de 400 leitos de UTI. Os equipamentos comprados há mais de um mês estão prestes a chegar. E também ampliando a estrutura do Abelardo Santos, da Santa Casa, dos demais hospitais de referência; contratando ambulância e mudando o perfil de estruturas como a Policlínica. Estamos fazendo todos os esforços, mas é importante que as prefeituras também façam o seu papel. Não é possível, a esta hora, fechar UPA, fechar pronto-socorro sem o devido atendimento. Cada um tem de fazer o seu papel e colaborar para que a gente consiga vencer o Coronavírus e salvar a vida da população que está sofrendo”, afirmou Helder Barbalho.

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Limitações – O governador voltou a reiterar que a Policlínica não pode ser vista como um pronto-socorro. “A Policlínica, eu oriento a população, não é um pronto-socorro. Então, é fundamental que as pessoas possam ter a compreensão de que aquela estrutura tem limitações de atendimento”, explicou o chefe do Executivo.

Ele reforçou ainda o apelo à população sobre os cuidados necessários para evitar o aumento do número de contaminados. “Contribua como pode. Fique em casa para que você não esteja exposto ao contágio. Prefeituras, façam todo o esforço para que as UPAs e hospitais funcionem, para que as unidades básicas cumpram o papel da orientação para a população”, reiterou o governador, garantindo que “nós vamos continuar trabalhando incansavelmente, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para que possamos proteger a população deste Estado. Faça você também a sua parte. Vamos juntos proteger o Pará e vencer o Coronavírus”.

O perfil da Policlínica Metropolitana, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), não é de pronto-socorro de porta aberta (para atendimento imediato), pois não está equipada para essa finalidade. É uma estrutura inaugurada pelo governo do Estado para consultas e exames em várias especialidades, mas que diante da necessidade atual foi remanejada para apoiar a porta de entrada dos casos de Covid-19 na capital.

A orientação da Sespa é que pacientes com insuficiência respiratória – falta de ar – devem procurar unidades de urgência, como UPAs e prontos-socorros. Sintomas leves de gripe não são indicativos para idas a hospital. O recomendado é ficar em casa, descansar e se hidratar. A Sespa recomenda o uso consciente do sistema de saúde.

Universidade na Inglaterra vai iniciar testes com vacina contra covid-19

22 de abril de 2020 at 07:13

Fonte: Uol

Reprodução

A Universidade de Oxford, na Inglaterra, anunciou que vai iniciar testes de uma vacina contra covid-19 em humanos. A notícia é um raio de esperança para o país, que vive uma curva ascendente de casos.

O Instituto Nacional de Estatística do Reino Unido revelou esta terça-feira (21) que o número total de mortes relacionadas com o coronavírus é superior ao anunciado pelo Governo, que só inclui as mortes nos hospitais.

“Em tempos normais, chegar a esta etapa demoraria anos”, explicou o secretário de Saúde britânico, Matthew Hancock, em entrevista coletiva nesta terça-feira (21). Ele ressaltou que o processo para desenvolver uma vacina é uma questão de “tentativa e erro”.

Apesar das incertezas, “as vantagens de ser o primeiro país do mundo a desenvolver uma vacina bem-sucedida são tão grandes que estou alocando todos os recursos possíveis”, afirmou.

O secretário anunciou que colocou 20 milhões de libras esterlinas (R$ 131 milhões) à disposição da equipe de Oxford e destinou 22 milhões (R$ 144 milhões) a outro projeto de vacina desenvolvido pelo Imperial College London.

“Vamos dar todos os recursos necessários para maximizar as oportunidades de que tenham sucesso o mais rápido possível”, destacou Hancock.

refeito de Manaus chora, pede ajuda e diz que Bolsonaro tem que agir como presidente

22 de abril de 2020 at 06:20

Camila Mattoso, Mariana Carneiro e Guilherme Seto/Folhapress

divulgação/PSDB

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM​), diz que a capital do Amazonas já não vive uma emergência, mas um estado de calamidade em meio à pandemia do novo coronavírus.

A cidade tem, até o momento, 1.664 casos de contaminação pelo coronavírus, além de 156 óbitos. O estado tem taxa de ocupação de 90% de seus leitos de UTI, cálculo que Virgílio considera exageradamente otimista.

Ele revela à reportagem uma outra conta que o assombra: no domingo (19), 17% das 122 pessoas enterradas em Manaus morreram em suas casas. Na segunda (20), a taxa subiu para 36% dos 106 mortos.

“São números que mostram o colapso. Estamos chegando no ponto muito doloroso, ao qual não precisaríamos ter chegado se tivéssemos praticado a horizontalidade da quarentena, no qual o médico terá que se fazer a pergunta: salvo o jovem ou o velho?”, disse.

Nesse caso, nem todas as mortes receberam até o momento a confirmação de terem relação com o novo coronavírus. No entanto, o prefeito diz acreditar que, sim, a contaminação pelo Covid-19 seria o motivo.

Virgílio reuniu-se na segunda com o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), para apresentar as demandas da cidade na pandemia. Pediu tomógrafos, pessoal treinado, equipamentos de proteção individual e remédios. “O Tamiflu (nome comercial do oseltamivir) estamos dando contado.”

“O Amazonas pede socorro. SOS Amazonas. Aceitamos voluntários, médicos, aparelhos que estejam em bom funcionamento ou novos”, completou. Ele disse que escreverá uma carta ao G20 solicitando ajuda.

Virgílio aproveitou o encontro para desabafar contra Jair Bolsonaro (sem partido). Virgílio, cujo pai, o senador Arthur Virgílio Filho, teve o mandato cassado pela ditadura militar, revoltou-se com a presença do presidente no ato pró-golpe militar de domingo (19).

“Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país”, disse.

“É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos”, disse Virgílio. “Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas.”

Segundo Virgílio, Mourão ouviu calado.

Horas depois do desabafo, Bolsonaro voltaria a incomodar o prefeito ao dizer que “não é coveiro” após ter sido perguntado sobre o número aceitável de mortes por coronavírus.

“Queria dizer para ele que tenho muitos coveiros adoecidos. Alguns em estado grave. Tenho muito respeito pelos coveiros. Não sei se ele serviria para ser coveiro. Talvez não servisse. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas é respeitar os coveiros”, afirmou Virgílio. Ao falar sobre esses funcionários, começou a chorar.

“Não fui criado sob essa lógica do ‘homem não chora’. Nessa crise tem acontecido isso. Às vezes, consigo controlar. Muitas vezes, não.”

Pará ultrapassa mil casos de Covid-19 e mortes chegam a 38

21 de abril de 2020 at 13:38

Diário Online

Após um único óbito ontem, feriado registrou três

Após um único óbito ontem, feriado registrou três | Freepik

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou, na tarde desta terça-feira (21), que o estado possui 1.026 pessoas diagnosticadas com a Covid-19 e anunciou mais três mortes causadas pela doença.

As vítimas fatais são dois homens, um de 70 e outro de 88 anos, e uma adolescente de 14 anos. O primeiro era de Belém, o segundo era de Breves (Marajó) e a terceira, de Santarém (oeste paraense).

A pasta anunciou ainda que 282 casos estão em análise, 1.676 foram descartados e 429 pacientes diagnosticados com a doença estão recuperados.

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Os boletins com as atualizações dos casos estão sendo divulgados diariamente, às 13 horas, através das redes sociais da Sespa.

42% dos infectados por Covid-19 no Pará são profissionais de saúde

21 de abril de 2020 at 11:25

A situação preocupa as entidades que representam os trabalhadores da área no Estado, onde três médicos já morreram por causa da doença. Falta de equipamentos é a principal preocupação

 terça-feira, 21/04/2020, 09:09 – Atualizado em 21/04/2020, 09:17 –  Autor: Luiz Flávio e Pryscila Soares DOL

No último dia 15, técnicos e enfermeiros do PSM da 14 de março chegaram a fazer um protesto contra a falta de EPIs na unidade.

 No último dia 15, técnicos e enfermeiros do PSM da 14 de março chegaram a fazer um protesto contra a falta de EPIs na unidade. | Wagner Almeida

o total de infectados por Covid-19 no Estado, 42% são profissionais de saúde, que atuam na linha de frente do combate à doença. Os números são do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). Ontem, após o falecimento do terceiro médico em decorrência da doença, que atuava em Castanhal, a entidade orientou a categoria para não trabalhar sem proteção, especialmente sem a prevista na legislação trabalhista vigente, que garante o mínimo de amparo em caso de afastamento por doença,

Wilson Machado, diretor de comunicação do sindicato, informou ontem que pelo menos mais três médicos estão internados em terapia intensiva, entubados com quadro clínico grave. “Isso nos aponta a necessidade urgente de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), inclusive os mais específicos para tentar proteger mais a saúde desses profissionais que se expõem no combate a esta pandemia”

Ele ressalta que a morte desses profissionais remete às suas famílias que deixam de ter a assistência financeira. “É bom lembrar e frisar o quanto o poder público erra em não vincular, através das normas das leis trabalhistas, portanto da CLT, ou através de concurso público, o vínculo desses profissionais ao sistema público de saúde”, critica. A maioria dos profissionais médicos hoje são contratados de forma oficiosa e, às vezes, até de forma verbal, recebendo por plantão prestado e não por vínculo com garantias trabalhistas como a lei prevê.

“Temos agora casos reais de famílias que deixam de ter o provedor da sua subsistência ceifado pela pandemia e que, certamente, deixarão de ter recursos para sobreviver em função do vínculo. Gostaríamos mais uma vez de alertar as autoridades sanitárias para que olhem para a gravidade desse vínculo oficioso”, disse Machado.

MORTOS

Nota postada no site da entidade na tarde de ontem criticou a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) em quantidade suficiente; a dificuldade de esterilização do material reutilizável e a deterioração cada vez maior das condições de trabalho com segurança nas unidades de saúde. “Pedimos ainda que (os médicos) denunciem estas condições através do formulário disponibilizado no Site para que possamos adotar outras medidas cabíveis”, diz a nota.

Mauro Magalhães, o médico falecido ontem, atuou por muito tempo no Hospital Municipal de Castanhal. Antes dele faleceu, no último domingo, o cirurgião geral Flávio Neves Lima e, no dia 16, a doença vitimou o médico Carlos Augusto Estorari, que atuava em Parauapebas. O maqueiro Bruno Campello, que trabalhava em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Sacramenta faleceu no último domingo com os sintomas da doença.

Criada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), entrou em operação uma plataforma on-line na qual o profissional comunica a situação em que se encontra seu local de trabalho. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, “a ferramenta pretende reforçar a proteção das equipes de saúde que estão na linha de frente e no contato direto com as vítimas do Coronavírus”, diz Manoel Walber dos Santos Silva. O cenário, segundo Manoel Walber, é preocupante. ”Em muitos estabelecimentos denunciados por médicos há relato da falta dos EPIs, de respiradores, de acesso aos diagnósticos”.

Denúncia 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) criou o “Observatório da Enfermagem” e um formulário para notificação de casos de COVID-19 que pode ser acessado por meio do site do Coren-PA.

Dados mais recentes do observatório contabilizam 32 mortes suspeitas de profissionais de enfermagem associadas à Covid-19 no país, além de 4.806 denúncias referentes à ausência, insuficiência ou inadequações dos EPIs.

Conselho quer saber quantos enfermeiros estão doentes

Danielle Cruz, presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-Pa) informou ontem que a entidade tem apurado várias denúncias e monitorando os serviços de enfermagem para medir os riscos relacionados a Covid-19 entre os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que, assim como os médicos, estão expostos ao risco de contaminação. “A enfermagem tem papel fundamental no combate à pandemia, não apenas em razão de sua capacidade técnica, mas também por se tratar da maior categoria profissional de saúde, e a única que está 24h ao lado do paciente. O adoecimento dos profissionais de saúde coloca em risco a população, tanto pelo risco de propagar a doença quanto pela sobrecarga dos serviços, com a quarentena”, avalia.

O Coren-PA tem atuado junto a Secretaria de Vigilância em Saúde do Estado para conhecer os dados oficiais de profissionais de enfermagem infectados pelo novo Coronavírus. “Após tentativa administrativa e sem efeito com o poder público, recorremos a Justiça Federal por meio de ação civil pública para que os EPI’s sejam disponibilizados aos profissionais de enfermagem em quantidade e qualidade suficiente a assistência”, diz a presidente. Com as instituições privadas, o conselho atua em conjunto com o Ministério Público do Trabalho. “Tivemos que recorrer à Justiça Federal também para que os profissionais incluídos no grupo de risco fossem afastados voluntariamente. A justiça concedeu a realocação e recorremos de novo para garantir o afastamento voluntário”, cita.

Carteiros estão trabalhando sem proteção, diz sindicato

Em todo território paraense existem mais de 600 agências dos Correios onde atuam 2.300 colaboradores, sendo que metade deles são carteiros. Em comunicado emitido no dia 17 de março deste ano, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) anunciou diversas medidas para evitar a proliferação do novo coronavírus entre os funcionários, a exemplo da disponibilização de álcool em gel 70%, papel toalha e sabonete líquido. Contudo, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Pará denuncia que as medidas estão sendo descumpridas pela empresa.

Em 24 de março, a Justiça do Trabalho, em Belém, concedeu uma liminar determinando que os Correios cumprissem diversas medidas para garantir a proteção dos colaboradores no exercício das funções e, consequentemente, da população que é beneficiada pelo serviço. Dentre elas, no texto, a 1ª Vara do Trabalho de Belém determinou que a empresa fornecesse, internamente, espaços para lavagem adequada de mãos com água e sabão e lenço de papel ou, na sua impossibilidade, disponibilizasse álcool em gel a 70%.

Além de fornecer aos trabalhadores que exercem atividades externas frascos com “álcool em gel a 70% ou outro sanitizante adequado segundo os parâmetros internacionais, em quantidade necessária para ser utilizado durante a execução das atividades externas, semanalmente”. De acordo com o vice-presidente do sindicato da categoria, Tadeu Campos, na Região Metropolitana de Belém, os itens estão sendo disponibilizados atendendo entre 60% a 70% das agências e a reposição dos produtos é demorada.

Já nas agências do interior, os itens estariam em falta. “Como a empresa não está cumprindo, em todo o país, as medidas que ela mesma estabeleceu e que a justiça determinou, a federação dos trabalhadores já entrou com instrumento de agravo por estarem descumprindo uma decisão judicial e, ao mesmo tempo, expondo trabalhadores sem fornecer EPIs”, disse Campos.

RISCO

Segundo Campos, o sindicato já está se mobilizando para ingressar com uma nova ação na Justiça do Trabalho, contra a empresa, no âmbito do Pará. Ele afirmou ainda que há trabalhadores que seguem atuando mesmo com suspeita de contaminação pela covid-19.

“Na RMB são onze centros de distribuição, onde trabalham mais de 400 carteiros. Em torno de 30 estão com sintomas, mas ainda nem passaram por testes, muitos seguem trabalhando”, informou Tadeu. “A preocupação não é só com o trabalhador, mas porque ele também pode ser veículo de transmissão por estar na porta do cliente todos os dias. Eles não receberam álcool em gel para utilizar em externa. Estão até orientando que o cliente utilize sua própria caneta quando houver necessidade”, afirmou.

A reportagem fez contato com a assessoria dos Correios, mas até o fechamento desta edição, não teve retorno.

Ananindeua: defensorias ajuízam ação em favor de catadores

As Defensorias do Estado e da União ajuizaram uma ação civil pública contra a Prefeitura Municipal de Ananindeua, em favor dos direitos e interesses das catadoras e catadores de materiais recicláveis que trabalham na cidade. Os órgãos cobram do município a manutenção ou interrupção das atividades de coleta seletiva de materiais recicláveis.

As Defensorias reforçam que, qualquer que seja a decisão, o ente político deve resguardar os direitos fundamentais dos trabalhadores, mediante a disponibilização de kits adequados de proteção individual, treinamentos, produtos de higiene, bem como pagamento de benefício assistencial temporário para recompor a renda mínima das catadoras e catadores diante da diminuição da produção de resíduos sólidos causada pelas medidas de isolamento social, se o serviço for mantido, ou para substituir essa renda, em caso de interrupção total.

A ação foi proposta em razão da situação atual de pandemia pela Covid-19 e pelo entendimento de que os poderes públicos têm a obrigação de adotar medidas adequadas para proteger e promover a saúde pública, bem como para garantir a subsistência dos grupos mais vulneráveis, a exemplo das catadoras e catadores de materiais recicláveis.

Anteriormente, ambos os órgãos, juntamente com o Ministério Público Federal e do Trabalho, já haviam enviado uma recomendação para todos os municípios do Estado do Pará, indicando medidas necessárias à proteção da vida, da saúde e da subsistência desses trabalhadores, que exercem relevante serviço público. Contudo, o município de Ananindeua não apresentou qualquer resposta à recomendação.

Paysandu faz doação a instituição carente na capital

21 de abril de 2020 at 09:22

Diario Online

Divulgação / Paysandu SC

A diretoria do Paysandu realizou um ato nobre e especial neste segunda-feira (20), ao doar mantimentos e produtos de higiene a uma instituição carente, em Belém.

Com o valor arrecadado para a transmissão da live “Jogo da Vida”, que relembra o jogo contra o Cruzeiro-MG, na final da Copa dos Campeões, em 2002, a diretoria resolveu doar o valor arrecadado em produtos como luvas, fraldas e alimentos como leite e aveia.

Saúde de Belém fica sem leitos de UTI e entra em colapso

21 de abril de 2020 at 08:30

Prefeitura reconhece que todos os 125 leitos estão ocupados por pessoas com Covid-19 ou com suspeita de estarem com a doença

Michelle Daniel

DOL

Mesmo os leitos de enfermaria já estariam ocupados e o resultado é que o sistema não tem condições de atender a todos que precisam.

 Mesmo os leitos de enfermaria já estariam ocupados e o resultado é que o sistema não tem condições de atender a todos que precisam. | Wagner Santana

O sistema de saúde do Município de Belém está em colapso. A situação foi reconhecida pela própria Prefeitura ontem (20), através de nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em que afirma que não possui mais leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19 nas unidades de pronto atendimento. Após essa divulgação, o Ministério Público Federal (MPF) enviou requisições às prefeituras da Região Metropolitana de Belém e ao Governo do Estado a fim de apurar quantos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) possuem.

“Diante das notícias de colapso do sistema público de saúde, ao menos na Região Metropolitana de Belém, são necessárias informações urgentes sobre ampliação de leitos de UTI, inclusive com contratação ou requisição dos leitos da rede privada”, diz o trecho da divulgação do MPF sobre o documento emitido pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, que deu 24 horas para os entes públicos repassarem as informações.

Há semanas o DIÁRIO tem divulgado inúmeras situações que retratam a estrutura precária na saúde municipal. As notícias foram acompanhadas pelo MPF que está preocupado com casos recorrentes de pessoas que não conseguem atendimento nos hospitais, sendo que algumas acabaram morrendo depois de terem o atendimento recusado nessas unidades.

PARA ENTENDER

Leitos ocupados

Segundo A nota oficial divulgada ontem pela Sesma, todos os 125 leitos de UTI que possui estão ocupados, sendo 80% com pessoas com suspeita e, ou confirmação por Covid-19. A Prefeitura afirma que possui 1.118 leitos de enfermaria, além de 90 leitos de observação nas unidades de pronto-atendimento (UPAs), mas que também estariam sendo preenchidos. “Belém possui 4 UPAs que estão funcionando no limite da sua capacidade.

Há uma grande demanda de usuários com sintomas suspeitos para Covid-19 e outras viroses comuns deste período chuvoso em todos os serviços de urgência e emergência do município, os únicos que são portas abertas na capital”, afirma a nota.

Na tentativa de desafogar a rede, a Sesma diz que aguarda a liberação de leitos via regulação municipal e estadual para transferir os pacientes para os hospitais de referência. “Também serão montadas duas estruturas dentro das UPAs da Sacramenta e de Icoaraci para fazer a triagem e o atendimento dos casos leves”, finaliza a nota.

MPF cobra informações de prefeituras e do setor privado

Para o MPF, a situação representa “um colapso antecipado do sistema de saúde da capital paraense”. “As secretarias de Saúde do Pará e dos municípios de Belém e Ananindeua (maiores da região metropolitana) devem informar, ainda hoje: qual a taxa de ocupação atual de leitos gerais e leitos de UTI e o cronograma exato, claro e objetivo para ampliação dos leitos de terapia intensiva ou semi-intensiva, com respiradores”, informa a instituição.

O MPF também quer saber da rede de saúde privada qual a disponibilidade desses tipos de leitos. “Foi enviado ofício à Agência Nacional de Saúde Suplementar, que regula o setor privado de saúde, para que envie todas as informações sobre a taxa de ocupação de leitos de UTI e do uso de respiradores na rede privada da capital paraense”. Também enviou ofícios às operadoras de planos de saúde no Pará que devem informar “no prazo de 24 horas sobre a taxa de ocupação de leitos de UTI e do uso de respiradores em suas respectivas unidades”, além de outras informações sobre o gerenciamento da rede privada de saúde. “Cabe à ANS fiscalizar a oferta de leitos pela rede privada regional de saúde, diante do considerável aumento da demanda e das notícias de colapso”.

Além disso, o MPF quer saber se as secretarias de Saúde já adotaram medidas para contratação ou requisição dos leitos da rede privada e sobre a demanda reprimida, a quantidade de pessoas que estão na fila por transferência para leitos com respiradores e também sobre as mortes de cidadãos que aguardavam na fila ou tiveram atendimento recusado diante da superlotação das unidades de saúde. “A requisição é prevista na lei 13.979/2020, que determinou medidas para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”, informa o Ministério.

‘Não sou coveiro’, diz Bolsonaro sobre qual seria número aceitável de mortes por coronavírus

21 de abril de 2020 at 06:33

FOLHAPRESS

Agência Brasil

Enquanto defende a abertura de escolas e do comércio em meio à pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não quis falar sobre qual seria o número de mortes que ele julga aceitável para defender essas medidas -desaconselhadas por órgãos de saúde.

Questionado pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (20) a respeito das mortes, Bolsonaro disse: “Eu não sou coveiro”, e não quis mais falar sobre a relação entre a mortalidade da doença e medidas de restrição.

O Ministério da Saúde corrigiu dados que tinha divulgado mais cedo e afirmou que o país registrou 113 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 h, e não o numero de 383, que seria recorde. Ao todo, são 2.575 óbitos no país por Covid-19.

Bolsonaro falou com a imprensa na noite desta segunda na entrada do Palácio da Alvorada. Em tom de anúncio, disse que havia conversado com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a abertura das escolas cívico-militares e também do colégio militar na capital federal já na próxima segunda-feira (27).

O DF tem dez escolas cívico-militares e um colégio ligado ao Exército. Bolsonaro disse ainda defender a abertura de todos os colégios militares do país -são 13 unidades ligadas ao Exército. No modelo cívico-militar, a gestão é compartilhada com a PM ou bombeiros, mas a unidade é ligada à secretaria de Educação estadual ou municipal.

Bolsonaro disse que a abertura de escolas no DF seria um primeiro passo “no tocante à educação” e que os pais ainda estão com medo. Ainda não há definição final.

Governos de vários países determinaram o fechamento de escolas como forma de reduzir a infecção pelo Covid-19 por causa da concentração de pessoas provocada pelas aulas.

Questionado sobre a possibilidade de alta na transmissão ao abrir as escolas, Bolsonaro disse que não é médico, voltou a falar de economia e a pressionar governadores.

“O nosso ministro da saúde também é economista, coincidência ou não, é um bom nome para estar à frente do ministério”, disse ele, que citou decreto do governo de Goiás que flexibiliza as restrições de circulação e relatou ter falado sobre o assunto com o o ex-ministro e deputado Osmar Terra (MDB-RS) -médico que defende isolamentos mais brandos.

“Também conversei com Paulo Guedes (Economia) hoje e o que acontece. A intenção nossa é ajudar [as pessoas que perderam renda com as restrições da pandemia], mas ajudar até quando? Os governadores têm que sinalizar também. E outra, é realidade, em média 70% vai [sic] pegar o vírus. Não adianta ficar fugindo dessa realidade, ninguém contesta esse percentual.”

O presidente defende o relaxamento das restrições de circulação adotadas por governos estaduais, indicadas por órgãos de saúde, especialistas e também determinadas em praticamente todos os países que enfrentam a pandemia.

O presidente até trocou o ministro da Saúde para ter ao seu lado um nome mais alinhado com aquilo que defende. Saiu Luiz Henrique Mandetta, que defendia medidas de isolamento mais sérias, e entrou o médico oncologista Nelson Teich.

Bolsonaro disse que fez apenas uma indicação para a equipe do novo ministro. Questionado se defendia o general Eduardo Pazuello para o cargo de nº 2 da pasta, ele disse que a decisão era do ministro, mas elogiou o general.

“Vamos supor que seja ele, não é porque é general, é uma pessoa responsável por ter realizado a Olimpíada no Rio. É o homem que organizou a complexa Operação Acolhida, é um gestor fenomenal, mas quem vai decidir vai ser o nosso ministro”.

Não temos tempo a perder com retóricas golpistas, diz Rodrigo Maia sobre Bolsonaro

20 de abril de 2020 at 07:16

FOLHAPRESS

O presidente da Câmara Federal se manifestou após ação de Bolsonaro nas ruas

 O presidente da Câmara Federal se manifestou após ação de Bolsonaro nas ruas | Agência Brasil/Arquivo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), repudiou neste domingo (19) a manifestação em apoio a uma intervenção militar no Brasil com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Por meio de uma rede social, o deputado disse ser uma “crueldade imperdoável” pregar uma ruptura democrática em meio às mortes da pandemia da covid-19.

“O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos”, escreveu Mais. “Em nome da Câmara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição.”

“Não temos tempo a perder com retóricas golpistas. É urgente continuar ajudando os mais pobres, os que estão doentes esperando tratamento em UTIs e trabalhar para manter os empregos. Não há caminho fora da democracia”, afirmou.

Em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró-intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou neste domingo (19) que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.

“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, declarou o presidente, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. “Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.”

Maia disse que, para vencer a guerra contra o coronavírus, é necessário ter “ordem, disciplina democrática e solidariedade com o próximo”. “São, ao todo, 2.462 mortes registradas no Brasil. Pregar uma ruptura democrática diante dessas mortes é uma crueldade imperdoável com as famílias das vítimas e um desprezo com doentes e desempregados.”

A fala de Bolsonaro e sua participação nesse ato em Brasília, no Dia do Exército, provocaram fortes reações no mundo jurídico e político.

O governador João Doria (PSDB) disse ser “lamentável” que o presidente “apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também chamou de “lamentável” a participação de Bolsonaro. “É hora de união ao redor da Constituição contra toda ameaça à democracia.”

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, disse à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que “só pode desejar intervenção militar quem perdeu a fé no futuro e sonha com um passado que nunca houve”. Gilmar Mendes, também do STF, disse que “invocar o AI-5 e a volta da ditadura é rasgar o compromisso com a Constituição e com a ordem democrática”.

O presidente Nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, disse que “a sorte da democracia brasileira está lançada” e que está é a “hora dos democratas se unirem, superando dificuldades e divergências, em nome do bem maior chamado liberdade”.