Paraenses aproveitam dia de praia em plena pandemia de coronavírus. | Tiago Furtado/Diário do Pará
Os paraenses parecem não ter muita consciência sobre a importância do isolamento social no combate à pandemia de coronavírus. Neste domingo (7), a equipe do DIÁRIO DO PARÁ flagrou vários banhistas em Salinópolis, no nordeste paraense.
Nas imagens é possível ver veículos estacionados lado a lado e pessoas bem próximas umas das outras.
Logo na entrada de Salinópolis foi montada uma barreira com agentes de trânsito, Polícia Militar e agentes municipais de saúde. A entrada só era permitida a quem tinha comprovante de residência em Salinópolis.
No comércio, o movimento era fraco. Poucas pessoas nas ruas e os funcionários ainda viviam a expectativa pela melhora nas vendas.
Na praia do Atalaia, um dos locais mais procurados pelos banhistas , o movimento era razoável de pessoas e veículos. Todos tentando aproveitar o domingo de sol.
Na praia do Maçarico, o movimento era regular no início da tarde, mas segundo os moradores a tendência era que aumentasse o número de visitantes no decorrer da tarde
Salinas é um dos destinos mais procurados pelos paraenses e por turistas, principalmente em julho, durante as férias escolares, quando as praias ficam completamente lotadas.
O estado do Pará não registrou novos casos da Covid-19 nas últimas horas, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no início da tarde deste domingo (07).
Porém, o balanço mostra que foram registrados sete óbitos nas últimas horas. Os casos aconteceram em Belém (1), Igarapé-Miri (1), Ipixuna do Pará (1), Muaná (2),Prainha (1) e Primavera (1).
Em relação a subnotificação das prefeituras, a Sespa confirmou mais 411 casos e 06 óbitos ocorridos em dias anteriores. Com a atualização desses dados, o Pará registra 54.271 casos e 3.678 óbitos. O detalhamento de casos e óbitos, com gênero, idade e cidade, está disponível aqui.
Conhecido como “guru” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o professor de filosofia on-line Olavo de Carvalho demonstrou incômodo com a postura do até então aliado. Em vídeo, publicado na madrugada deste domingo (07/06), o escritor afirma que o chefe do Executivo nunca agiu para “defendê-lo” e apenas “se aproveitou” dele.
Ao longo da gravação, o tom sobe ainda mais. Segundo Olavo, Bolsonaro não está “agindo contra os bandidos”. Ele ainda ameaçou: “Continue covarde e eu derrubo essa merda de governo aconselhado por generais covardes ou vendidos”.
Em 1974 eu ia de Belém para Manaus como enviado especial de O Estado de S. Paulo. Na escala em Santarém, um amigo embarcou no avião e me informou sobre uma epidemia de meningite que começara no projeto Jari, do milionário Daniel Ludwig, iniciado seis anos antes, numa área enorme entre o Pará e o Amapá. Chegando a Manaus, fretei um teco-teco e fiz o caminho inverso, de volta ao Jari.
Pude testemunhar o clima de pânico dos moradores de Monte Dourado querendo fugir. O navio Rio Jari, da Navegação Sion, teve que desatracar do porto de Munguba para não ser invadido. A matéria ocupou página inteira do jornal, mas seus leitores foram impedidos de lê-la. A censura suprimiu a reportagem, que saíra caro para a empresa. A despesa foi considerada bem aplicada. O assunto era de grande interesse, além de ter sido exclusivo, um “furo”, que ficou na posta restante da ditadura.
Quando o surto de meningite atingiu São Paulo, meses depois, na maior epidemia urbana da doença em todos os tempos, provavelmente levada por uma pessoa contaminada no Jari, passei a coordenar a cobertura, com base na minha relação anterior com o tema. A versão oficial para a proliferação da doença era o frio, que permitia uma sobrevida da bactéria no ar, no contato próximo. Mas descobrimos que a causa mesmo era a miséria de São Paulo, maior do que a sua riqueza.
A censura cortava sem dó as matérias. Seu principal alvo era a tabela de casos e de mortes que o jornal mantinha diariamente. A princípio, com base nos relatos dos médicos e enfermeiros do hospital Emílio Ribas, a única unidade de saúde de isolamento. Depois que o pessoal do hospital foi proibido de dar informações, a fonte passou para os cartórios de registro de óbitos. A ditadura também vetou o acesso Os repórteres reuniram então os atestados que possuíam e puderam demonstrar que a história do frio era mentirosa. Afinal, por que só os pobres morriam? Por que não havia casos nos Jardins ou no Morumbi? Por que a alta incidência nas invasões, nos loteamentos ilegais, nas Paraisópolis, Heliópolis e Brasilândias de hoje?
Todos os dias Brasília recebia a cópia das matérias censuradas, que chegaram a ocupar de 3 a 4 páginas da edição dia´ria do jornal, a esmagadora maioria delas vetadas pelo censor, que atuava na própria redação do Estadão. Foi questão de honra para os Mesquita, donos do jornal, sustentar o noticiário, da melhor qualidade, mesmo perdendo dinheiro e intrigando o leitor. O vazio criado pelo censor era preenchido com os versos de Os Lusíadas, de Camões. Tanto vácuo a preencher absorveu a repetição do grande poema épico.
No auge dessa batalha, que significava o empenho do jornal pelo esclarecimento de milhões de paulistanos, assustados com a epidemia mortal, o então ministro da Saúde, Paulo de Almeida Machado, num contato confidencial, anunciou que o governo iria importar vacina ainda experimental da França, do laboratório Merieux, e vacinar o Brasil inteiro, numa das maiores operações de imunização da história, para evitar o mal maior. A| meningite, do tipo C, não tinha uma vacina de efeito comprovado. O Brasil foi a gigantesca cobaia. Felizmente, deu certo.
Sob o peso dos meus 70 anos, me levantei da frente da televisão e vim a este computador contar um resumo desta história para com ela registrar minha revolta, indignação, vergonha e irrresignação com a vilania do governo Bolsonaro e sua sórdida manipulação dos dados da pandemia do novo coronavírus no Brasil, hoje o epicentro mundial dessa perigosíssima ameaça à vida humana.
A ditadura militar, no seu período mais violento, que tentou impedir que a verdade fosse transmitida ao povo brasileira sobre uma doença que matava todos os dias, mas não na forma e na extensão da covid-19, foi menos danosa do que esse desqualificado governo, que debocha do sofrimento de milhões de pessoas e nãos se vexa de se superar a cada dia nesse espetáculo de infâmia de um presidente insensato, cínico, debochado.
Um presidente tão desqualificado que se tornou boneco de manobra do seu ídolo. Donald Trump não pensou duas vezes ao declarar – mentindo, é claro – que por agir com mais rigor e competência do que o seu amigo Bolsonaro (segundo Trump, embarcado na furada canoa sueca) poupou a vida de um milhão de americanos, que, certamente agradecidos, têm a obrigação de agradecer ao salvador votando nele para um novo mandato, enquanto o Brasil amarga a sua via crucis.
Quosque tandem abutere patientia nostra, Bolsonaro? Fala por nós, Cícero. Reage, Brasil.
Secretário de Saúde fala da situação da Covid-19 no Pará, bem como sobre as ações do Governo do Estado para combater a pandemia | Wagner Almeida
A s estratégias e ações de saúde pública adotadas desde a segunda quinzena de março pelo governo do Estado no combate à pandemia do novo coronavírus estão dando certo. Os números da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) atestam que foram tomadas as medidas corretas, o que possibilitou a volta de atividades econômicas e sociais e medidas de distanciamento controlado e protocolos específicos para a reabertura gradual de estabelecimentos comerciais desde o último dia 1º, em algumas cidades.
“O Pará vai continuar descendo degrau a degrau a escada do isolamento em todo território paraense, saindo do isolamento máximo que foi o lockdown para uma realidade intermediária que pressupõe cautela e responsabilidade de todos os setores envolvidos. Os números nos amparam”, garante Alberto Beltrame, secretário de Estado de Saúde e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Números mostram queda nos índices: nos atendimentos clínicos e ambulatoriais, no número de casos e óbitos por dia, na pressão sobre o sistema de saúde, com redução no número de internações hospitalares e nos leitos de UTI, que até a última quinta-feira era de 81%, com tendência de queda (veja mais no box ao lado).
“Os números atuais têm a ver com grande esforço feito pela sociedade de ficar em casa, praticar o isolamento. Seguimos com uma mensagem muito clara: a melhor forma de evitar uma segunda onda de contaminação é ficando em casa”, alertou Beltrame, que conversou com o DIÁRIO na quinta-feira. O dirigente mostrou números, apontou soluções e falou sobre o futuro do combate à pandemia no Pará. Confira!
O Estado entrou num outro momento da pandemia de Covid-19? Os números registrados nas últimas semanas justificam as medidas de flexibilização do isolamento social decretado pelo governo do Estado no início deste mês?
R: Desde o dia 16 de março o Estado vem editando uma sequência de decretos que representam uma escada de subida no nível e isolamento social, de acordo com a realidade epidemiológica de cada momento. O isolamento social é uma ferramenta de gestão em emergência de saúde pública que protege as pessoas e permite que o sistema se prepare para fazer o enfrentamento dos casos. Fomos o primeiro Estado do país a decretar lockdown.
E a pressão sobre o sistema de saúde? Como anda a oferta de leitos no Pará?
R: A pressão foi tamanha que o sistema de urgência e emergência de Belém colapsou: todas as UPA’s e Pronto-Socorros fecharam. Em seguida colapsou o sistema privado também. Isso foi naquela última semana de abril, quando tivemos muitas mortes por dia, pessoas morrendo em casa…Essa situação começou a descomprimir quando abrimos a Policlínica para atendimentos clínicos, que passou uma semana sob uma pressão enorme com muitos atendimentos diários. Chegou um momento que chegamos a atender quase 1,4 mil pessoas por dia. Hoje baixou para pouco mais de 500. O mesmo aconteceu no hospital Abelardo Santos quando decidimos que a unidade seria um grande Pronto-Socorro de portas abertas apenas para pacientes de Covid-19. Chegamos a ter lá mais de 1,6 mil atendimentos por dia. Hoje caiu para menos de 300… Foi uma verdadeira operação de guerra… Só no primeiro dia foram 90 pessoas internadas. O Hospital de Campanha do Hangar também mudou seu perfil: era para atender apenas casos leves e moderados e se transformou num hospital onde chegamos a ter 420 leitos clínicos com 90 leitos de UTI. Hoje a situação mudou: há clara queda nos atendimentos clínicos e ambulatoriais, queda no número de casos e óbitos por dia, redução considerável na pressão sobre o sistema de saúde com diminuição no número de internações hospitalares e nos leitos de UTI que até hoje (quinta-feira) é de 81%. Isso nos dá segurança para fazer a flexibilização no isolamento, com a cautela necessária do governo e da sociedade, de todos os setores envolvidos.
Se as previsões do governo se concretizarem nas próximas semanas e a ampliação do relaxamento social se concretizar, qual sua principal recomendação para a população?
R: Apesar do relaxamento, reforço a importância das pessoas continuarem seguindo as regras do distanciamento social, cruciais para a confirmação dessa tendência apontada pelo monitoramento da Sespa. O isolamento é uma importante ferramenta para reduzir o número de casos acumulados e simultâneos. A isso chamamos achatar a curva da doença. Dessa forma evitamos o colapso no sistema, que podem comprometer o tratamento dos pacientes. Quanto maior o número de casos num curto espaço de tempo, maior o impacto no sistema de saúde pública. A lógica do isolamento social não é evitar a contaminação, mas sobretudo retardar a contaminação em massa.
As recomendações e regras de isolamento e distanciamento social permanecem?
R: O primeiro Estado a decretar oficialmente o lockdown no Brasil com base em dados epidemiológicos foi o Pará, no dia 7 de maio e assim ficamos até o dia 24 de maio. Chegamos a ter percentual de 62% de isolamento nesse período, com uma média que variava entre 55% e 57%. Hoje caímos para 38%. Não podemos sair de um grau máximo de isolamento como o lockdown e entrar num “liberou geral”. Descer a escada precisa ser tão cauteloso quando subir os degraus. Por isso criamos fases intermediárias através do sistema de bandeiramento de regiões que vão sendo liberadas de acordo com dados científicos e epidemiológicos sobre a epidemia. Todas as recomendações de distanciamento e de cuidado para prevenção permanecem e devem ser intensificadas. As pessoas devem continuar se protegendo para que não tenhamos um repique de casos na região metropolitana. Foram 17 dias de lockdown e de sacrifício e não podemos simplesmente desprezar esse esforço todo e sair todos às ruas. A confirmação da tendência de queda depende principalmente do respeito às regras de distanciamento social daqui em diante. Estamos monitorando diariamente os dados e vigiantes. Se tivermos que tomar novas medidas restritivas não tenha dúvida que vamos fazê-lo, sempre baseado na epidemiologia e evidências científicas. Por enquanto ainda não podemos voltar à normalidade de antes, mas a um “novo normal”.
E como definir qual o grau de isolamento necessário em cada uma dessas regiões do Estado?
R: São muitas variáveis, mas entre as principais estão o número de novos casos e de óbitos novos nos últimos 14 dias e o nível de pressão no sistema de saúde no que se referem aos atendimentos ambulatoriais, clínicos e nas UTI’s. Com esses indicadores em mãos é possível ter um quadro real da situação e que nos dará parâmetros para nossas decisões. O decreto estadual caminha nesse sentido. Cada município tem liberdade para adotar critérios restritivos que achar mais convenientes. O pico de novos casos em Belém foi no dia 20/04, quando tivemos 920 novos casos confirmados em apenas um dia. A partir daí começou gradativamente a reduzir e nos últimos 14 dias houve uma queda significativa nos casos em Belém e Região Metropolitana. Saímos de 920 casos para 29 novos casos registrados ontem (quarta-feira). O pico de óbitos na Região Metropolitana ocorreu em 01/05, com 85 óbitos num único dia. A partir dessa data esse número se manteve alto por alguns dias e foi caindo gradativamente até que registramos apenas 3 mortes ontem (quarta-feira). Esses números vêm caindo sustentadamente. A curva entrou em declínio na região metropolitana inegavelmente.
E como fica a questão da subnotificação dos casos tendo em vista que a doença se alastra para o interior e há um atraso no envio dos dados para o sistema?
R: Os dados mostram que a curva epidemiológica da Covid-19 começa a se deslocar rumo ao interior. Ao mesmo tempo temos um atraso no envio de dados da doença pelas prefeituras à Sespa no que se refere aos testes rápidos. Já distribuímos para as prefeituras mais de 150 mil testes rápidos que enxerga a doença para trás, que já passou. A Sespa rastreia todos os óbitos ocorridos em cada município para sempre atualizar os dados e nenhum dos dados antigos vai impactar na curva descendente da região metropolitana, porque são óbitos ocorridos no passado e há mais tempo. As informações vindas do interior estão atrasadas, mas o sistema de notificação de casos novos, de óbitos, de descartes e de pessoas curadas desenvolvido pela Prodepa através do site em parceria com a Sespa com dados de todos os municípios têm ajudado muito na transparência e na análise dos dados. No momento, as cidades de Altamira, Marabá, Redenção, Soure e Parauapebas são os focos de preocupação e devem receber novos hospitais de campanha, com 60 leitos cada, com mais UTI’s. Belém também ganhará um novo hospital de campanha, com 220 leitos, mas com perfil diferenciado: devolver, gradativamente, o Hospital Regional Abelardo Santos hoje pronto-socorro às suas especialidades originais.
Como anda a gestão dos respiradores nos hospitais pelo Estado?
R:: Antes da pandemia tínhamos no Pará 706 leitos de UTI do SUS. Hoje com a pandemia agregamos mais 609 leitos, quase duplicando o número anterior, todos com respiradores. Se necessário vamos ampliar ainda mais essa capacidade de atendimento, agora mais voltado para o interior. Estamos fazendo a gestão desses mais de 1,3 mil leitos de acordo com a necessidade de cada região e de cada cidade. Dos 609 novos respiradores que adquirimos nesse período 303 estão aqui na região metropolitana. Estamos aguardando a resposta sobre a possibilidade de compra de mais 400 respiradores em Minas Gerais e aguardamos apenas que os equipamentos recebam o registro da Anvisa.
Números
– A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) confirma a redução em Belém: os atendimentos em geral nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) em março foram de 39.568. Em abril caíram para 22.087 e, em maio, de 14.846, com uma redução de 67% nos atendimentos em relação a abril. Depois do colapso no sistema, a Sesma informa que “agora o serviço das UPA’s já está normalizado”.
– Números da Unimed Belém, maior operadora de saúde da capital, também mostram uma queda significativa dos casos confirmados de Covid-19 em maio. O pico dos atendimentos na cooperativa ocorreu entre os dias 16 e 22/04, quando 102 casos foram confirmados e 21 casos suspeitos registrados.
A partir daí os números só caíram: entre os dias 1 e 7/05 foram 77 casos confirmados e 42 suspeitos. Já nos últimos dias do mês passado (de 23 a 31/05) foram 32 casos confirmados e 52 suspeitos, com os números de confirmações caindo quase pela metade. Nos 5 primeiros dias desse mês a operadora registrou apenas 3 casos confirmados.
– O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves já chegou a receber 20 corpos por dia. Até a última sexta-feira a média estava em 1. Na terça-feira a instituição desativou 2 dos 3 contêineres frigoríficos alugados para armazenar corpos de vítimas de causas naturais e doenças, nas quais se incluem as provocadas pelo novo coronavírus.
– O Hospital Regional Abelardo Santos, em Icoaraci, diminuiu em 60% os atendimentos nos últimos 15 dias em comparação com a quantidade registrada na primeira quinzena de maio.
O Abelardo, que se tornou exclusivo para atendimentos de pacientes acometidos pela Covid-19, registrou média de atendimentos diários de 1.340 pessoas (pronto socorro e ambulatório). O Hospital chegou a receber 1.639 pessoas dia 8/05. Nos últimos 10 dias de maio a média desses atendimentos caiu para 540 pacientes por dia, chegando a 240 pessoas na última segunda-feira (1).
– Já a Policlínica Metropolitana, em Belém, reduziu nos últimos 10 dias de maio para cerca de 6.2 mil atendimentos, uma queda de 36% se comparado aos 10 primeiros dias do mesmo mês, quando a unidade totalizou 9.656 atendimentos. A unidade é referência para pessoas com sintomas leves e moderados da Covid-19, em Belém e na Região Metropolitana.
A Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral do MPF decidiu no sábado (6) abrir procedimento extrajudicial para investigar as razões que levaram o Ministério da Saúde a excluir do Painel de Informações da Covid-19 o número acumulado de mortes decorrentes da doença.
A alteração dos dados divulgados diariamente pela pasta foi oficializada no sábado após o sistema ficar fora do ar por quase 20 horas.
A decisão de abrir o procedimento foi tomada subprocuradora-geral da República Célia Regina Delgado, e pelo coordenador do Grupo de Trabalho Saúde da pasta, procurador da República Edilson Vitorelli.
Entre as informações e documentos que serão solicitados ao Ministério estão a cópia do ato administrativo que determinou a retirada do número acumulado de mortes do painel bem como do inteiro teor do procedimento administrativo que resultou na adoção desse ato.
Pazuello também deverá esclarecer se houve e, em caso afirmativo, quais foram outras mudanças e supressões de dados públicos relativos à pandemia, explicando os fundamentos técnicos que embasaram essa decisão.
O MPF também solicitou esclarecimentos sobre a urgência que determinou a alteração e eventuais outras modificações que tenham implicado restrição à publicidade de dados.
O empresário Carlos Wizard, escolhido secretário do Ministério da Saúde, disse em entrevista ao jorna O Globo que o governo vai rever a metodologia na contagem de casos e mortos confirmados por covid-19. Ele acusa os governadores e prefeitos de inflarem o números de casos para receberem mais verba da União. Em resposta, os secretários estaduais de Saúde divulgaram uma notaafirmando que o governo quer “invisibilizar os mortos” e os “trata como mercadoria”.
“Na hipótese de ser verdadeira a informação de que há pretensão do governo federal de rever quaisquer dados já divulgados, atinentes à pandemia, informar qual é a razão pela qual essa eventual correção não poderia ser efetuada, independentemente da supressão prévia de informações”, consta no documento emitido pelo MPF.
Nesse caso, conforme o despacho, a resposta do ministro deve incluir a cópia dos documentos que fundamentam, do ponto de vista técnico, a necessidade de tal revisão.
Ao justificar a instauração do procedimento, os procuradores afirmam que a legislação prevê a transparência como regra a ser adotada pelo Poder Público. Lembra, por exemplo, que a Constituição Federal (art. 5º) assegura “a todos o acesso à informação”.
Eles mencionam também ainda a Lei de Acesso à Informação (LAI – 12.527/2011), que determina, entre ouras providências, a “observância da publicidade como preceito geral, e do sigilo como exceção. A mesma norma prevê a chamada transparência ativa, em que os órgãos públicos devem divulgar informações de interesse público, independentemente de solicitações”.
O atraso na divulgação de boletins epidemiológicos impede que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período em que as televisões têm maior audiência.
“Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente na sexta-feira (5), na saída do Palácio da Alvorada.
Estrutura garantirá atendimento também para outros municípios da região da Calha Norte
Convênio foi firmado entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Monte Alegre
O governo do Estado reforça o compromisso de estruturar e garantir melhores condições na área da saúde em todas as regiões do Pará. Desta vez, o benefício alcança a região da Calha Norte, com o convênio firmado para a reforma e ampliação do Hospital Municipal de Monte Alegre. Neste sábado (6), o governador Helder Barbalho cumpriu agenda de trabalho na cidade e formalizou o convênio com a prefeitura municipal.
Essa é a primeira reforma da unidade hospitalar que já tem 60 anos de fundação. “Esse é um momento de muita alegria. Eu fui diretor desse hospital e já estou aposentado pelo Ministério da Saúde. Toda a estrutura dele é daquele tempo, os materiais, a parte hidráulica de ferro que não existe mais, a parte elétrica”, recorda o prefeito Jardel Vasconcelos.
A obra do hospital contará com um investimento de R$ 3,6 milhões por parte do Estado somado a mais R$ 1.196.000 da prefeitura. “Nós conversamos com o governador quando ele esteve na inauguração dos cinco quilômetros da PA-423. Ele reafirmou o compromisso de firmar o convênio desde que o município apresentasse um projeto na Secretaria de Saúde do Estado. Ele queria reforçar não apenas Monte Alegre, mas essa cadeia de hospitais municipais para implantar serviços de pelo menos média complexidade”, informou Jardel Vasconcelos.
Hospital Municipal de Monte Alegre será reformado e ampliado, reforçando assim o atendimento na região da Calha NorteFoto: Marco Santos / Ag. Pará
De acordo com o governador Helder Barbalho, a parceria com os municípios tem sido muito importante, “para garantir o fortalecimento da atenção básica, com atendimento precoce para sintomas leves e moderados, evitar o agravamento do quadro do paciente e fazer com que a retaguarda esteja assegurada”.
“Para se ter uma ideia, antes da Covid-19, o Hospital de Santarém tinha 20 UTIs para todas as enfermidades. Agora, além das 20 existentes, mais 63 foram agregadas. E nós vamos prosseguir avançado, trabalhando e respeitando as peculiaridades de cada região”, afirmou Helder.
Hoje o hospital de Monte Alegre conta com 08 leitos cirúrgicos, 22 clínicos e 10 pediátricos. “Teremos a ampliação de mais cinco leitos e as adequações no centro cirúrgico e todo o espaço de internação. É marcante para a nossa história e para suprir a necessidade dos usuários do sistema de saúde”, afirmou o secretário municipal de saúde, Clóvis Freitas.
Foto: Marco Santos / Ag. Pará
Compromisso com a saúde – O investimento do governo do Estado chega também em outros municípios da região. “Temos dialogado para fortalecer o Hospital Regional de Santarém nesta composição que garanta que os municípios atendam a sua sociedade local como as dos demais municípios como Prainha, Almeirim, Terra Santa e Faro. E com isso, nós possamos assegurar uma assistência adequada em saúde para todo o Estado do Pará”, declarou o chefe do executivo paraense.
“Nós temos um compromisso com a região da Calha Norte de fortalecer a estrutura em todos os municípios, garantindo que as cidades tenham os seus hospitais equipados e estruturados para que a população esteja bem assistida. Por isso temos feito investimentos em Oriximiná, Monte Alegre, Alenquer, Juruti, Óbidos” – Helder Barbalho, governador do Pará.
O município de Monte Alegre também tem recebido equipamentos de proteção individual e medicamentos para o combate à Covid-19.
O deputado federal José Priante destacou a presença do governo do Estado nos municípios para o enfrentamento da pandemia. “É fundamental essa política de combate e a estratégia de fortalecer os hospitais municipais para diminuir o fluxo de deslocamento da população em busca de atendimento”, disse Priante.
Henderson Pinto, secretário Regional de Governo do Baixo Amazonas, reforçou que o convênio é mais uma etapa do compromisso com os municípios da Calha Norte. “Isso vai fazer com que tenhamos uma estrutura melhor para atender essa região de Monte Alegre e municípios vizinhos”, afirmou o secretário.
m dos principais modelos utilizados pela Casa Branca para monitorar números sobre o coronavírus atualizou mais uma vez com piora o cenário no Brasil e agora projeta mais de 165 mil mortes no país até agosto, com 5 mil mortes em um único dia no início daquele mês.
Nesta semana, o Brasil registrou recorde de mais de 1,4 mil mortes por dia, quase superando a expectativa do instituto para o meio de julho, quando 1,500 mortes eram previstas em 24h.
Em meados de maio, quando o IHME, instituto de métrica da Universidade de Washington, divulgou pela primeira vez dados sobre o Brasil, a previsão era de que 88 mil pessoas morressem por Covid-19 até 4 de agosto no país.
No fim do mês, esse número foi atualizado para cerca de 125 mil óbitos até agosto e, agora, no início de junho, a segunda atualização elevou a previsão para 165.960 mortes até lá.
O modelo usa uma janela de intervalo ampla, que no caso brasileiro varia de 113.673 e 253.131 mortes até 4 de agosto, indicando que a curva continua subindo.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no fim do mês passado, Ali Mokdad, um dos responsáveis pelos dados do Brasil no instituto, disse que a tendência de casos e mortes no país era de alta e que a situação poderia ser ainda pior se governo e população “não levassem a crise a sério” e adotassem lockdown por duas semanas.
Como isso não aconteceu –pelo contrário, diversos estados brasileiros estão relaxando medidas de distanciamento social– a previsão foi atualizada para pior.
As projeções do IHME mostravam que o pico de mortes diárias no Brasil deveria acontecer em 13 de julho, com 1.526 óbitos em 24 horas. Agora, em 4 de agosto, esse número pode chegar a 5.248 óbitos em um dia, segundo o instituto, e não há mais indicação de pico, ou seja, os números podem ser ainda maiores depois disso.
A curva de casos e mortes diárias continua subindo vertiginosamente no Brasil até lá.
Com mais de 647 mil casos confirmados, o Brasil escalou para o segundo lugar em diagnósticos no mundo, atrás somente dos EUA, que tem mais de 1,9 milhão.
São mais de 34 mil mortes hoje no território brasileiro, mais do que a Itália, que foi um dos principais epicentros da pandemia.
O instituto fez levantamentos em estados brasileiros como Rio, Bahia, Amazonas, Pernambuco, e também registrou pioras em grande parte das regiões desde o meio do mês.
O modelo utilizado pela Casa Branca ganhou notoriedade em 31 de março, quando o presidente Donald Trump fez seu primeiro discurso sombrio e visto como realista durante a pandemia que, inicialmente, ele minimizava. Na ocasião, Trump disse que estavam previstas de 100 mil a 240 mil mortes nos EUA até agosto, mesmo com a adoção das medidas de distanciamento social.
Esses números já foram revisados para baixo e para cima algumas vezes, a depender da flexibilização da curva de transmissão –e do relaxamento das regras de distanciamento social em diversos estados americanos.
Caso o isolamento não fosse cumprido, disse o presidente americano à época, esse número poderia chegar a 2,2 milhões de vítimas.
Naquele momento, os EUA registravam 3.700 mortes, agora já são mais de 110 mil.
O presidente Jair Bolsonaro tem sido foco de preocupação entre líderes políticos e especialistas em todo mundo por insistir em minimizar a pandemia e ser contrário às regras de distanciamento social.
Aliado do brasileiro, Trump suspendeu a entrada de estrangeiros que passaram pelo Brasil nos últimos 14 dias, devido à piora do quadro brasileiro.
Com a adoção de regras de distanciamento social por 95% dos americanos desde março, os números do IHME acabaram revistados para baixo, e o instituto chegou a falar em 60 mil mortes até agosto.
Hoje a previsão do IHME é de 140 mil morte nos EUA até agosto. A curva de mortes diárias, porém, está em queda entre os americanos.
O aparente otimismo fez Trump passar a defender a reabertura econômica do país, preocupado com o impacto negativo que a pandemia pode ter na sua campanha à reeleição –mais de 30 milhões de americanos já pediram acesso ao seguro-desemprego.
Desde o fim de abril, os estados americanos já começaram a retomar atividades parcialmente, porém, ainda sem o índice de testagem considerado ideal para uma reabertura segura ou mesmo sem a queda sustentada na curva de casos.
Especialistas avaliam que pode haver uma segunda onda de contágio nos EUA a partir do segundo semestre.
Antes de ser afundado, o navio ainda vai passar por novo processo de retirada do que sobrou de óleo; Marinha garante que não haverá grande impacto ambiental.
Por G1 MA — São Luís
Navio Stellar Banner vai ser afundado — Foto: Joabe/ Centro de Comunicação Social da Marinha
O navio Stellar Banner vai ser afundado a 150 km da costa maranhense, segundo informou a Marinha do Brasil. A decisão do Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN) foi confirmada depois de análise dos relatórios da Polaris Shipping, responsável pelo navio mercante, que encalhou em fevereiro deste ano.
Segundo a Marinha, antes de afundar o navio, equipes especializadas neste tipo de operação ainda vão retiradas o que sobrou de óleo no Stellar Banner. A Marinha garantiu por meio de nota que “a parte da carga, que ficará no navio, não oferece riscos à vida marinha e à vida humana e deverá permanecer em concordância com as autoridades ambiental e marítima”.
Para confirmar que nenhum impacto ambiental aconteça, o processo de alijamento (afundar) as embarcações AHTS (Anchor Handling Tug Supply) Bear, OSRV (Oil Spill Response Vessel) Água Marinha, OSV (Offshore Support Vessel) Normand Installer e o Navio-Patrulha “Guanabara” devem acompanhar o processo até o fim.
Além da Marinha, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) estão acompanhando os trabalhos.
Na última quinta-feira (4) o Stellar Banner foi rebocado de onde ficou encalhado e passou a ficar em águas mais profundas, a cerca de 111 km de São Luís.
A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.
Acidente com o Stellar Banner
O navio Stellar Banner sofreu duas fissuras no casco no dia 25 de fevereiro, logo após ter saído do Terminal Portuário da Ponta da Madeira em São Luís, com destino a um comprador em Quingdo, na China. A embarcação possui capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e tem 340 metros de comprimento, o equivalente a dois campos de futebol.
Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, logo após identificar as fissuras no casco, o navio começou a afundar no Oceano Atlântico, a cerca de 100 km da costa do litoral do Maranhão. Por conta da situação de emergência, o comandante do navio emitiu um alerta e levou o Stellar Banner para um banco de areia, onde ficou encalhado.
O navio tinha 20 tripulantes, sendo 12 coreanos e oito filipinos. Ninguém ficou ferido.
Navio com minério de ferro encalha e ameaça afundar no litoral do MA
Em razão da desistência da candidatura de Joércio Barbalho a prefeito de Bragança pelo MDB, inclusive com o prazo de desincompatibilização já terminado, mudanças estão acontecendo na política da região.
A executiva estadual do PROS em acordo com o diretório municipal pretende lançar a candidatura da professora Eulina Rabelo, sendo um fato inédito, a participação de uma mulher como candidata a prefeita de Bragança.
Em conversa com a direção do partido PROS, o ex-deputado Joércio Barbalho (MDB) aceitou a proposta e prometeu apoia-la de maneira incondicional.
Enquanto isso, representantes de partidos da base aliada do governo estadual em Bragança também estão em negociações e conversas com a Professora Eulina
Por outro lado a professora Eulina Rabelo ainda não tomou nenhuma decisão, prefere antes conversar com outras lideranças bragantinas sobre o assunto, para que possa representar de fato, uma oposição consciente, equilibrada e com seriedade ao atual governo municipal.
Vale salientar que ela é ex-deputada estadual, já foi Secretária de Educação, com vasta experiência, tanto na política como gestora. Portanto bastante preparada para assumir a Prefeitura de Bragança.
Irlendes Rodrigues Nascido em 1961 no estado do Pará, no município de Cametá é formado em Gestão de Órgãos Públicos pela Universidade da Amazônia – UNAMA e também é Jornalista.