Cientistas interrompem estudo com cloroquina após morte de pacientes
Com Informações de R7 Notícias

Saulo Ângelo
A pós 11 pessoas morrerem depois de receberem doses elevadas de cloroquina, um grupo de cientistas brasileiros decidiu interromper os testes realizados com o medicamento para tratamento de pacientes com a covid-19.
Cerca de 81 pacientes hospitalizados na cidade de Manaus foram envolvidos no estudo brasileiro do medicamento, que foi patrocinado pelo Estado do Amazonas após autoridades recomendarem o uso da cloroquina no tratamento da covid-19.
Na publicação, médicos e especialistas concluem que o estudo deu mais evidências de que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar danos significativos a alguns pacientes, especificamente o risco de arritmia cardíaca fatal, já que os pacientes analisados também receberam o antibiótico azitromicina, que apresenta o mesmo risco cardíaco
“Além de ajudar os pacientes a melhorar, a cloroquina poderia ser usada para diminuir a carga viral nas secreções respiratórias, permitindo menos transmissão hospitalar e pós-alta. No entanto, nossos dados limitados não forneceram evidências desse efeito”, lamentam os pesquisadores.
Segundo os cientistas, o número limitado de pacientes até agora inscritos no estudo não permite estimar o benefício da cloroquina no tratamento da covid-19. “São urgentemente necessários mais estudos que iniciem o uso da cloroquina antes do início da fase grave da doença”, destaca o documento.
Porém, apesar do cancelamento da, os responsáveis pelo estudo afirmam que ainda é possível concluir que a cloroquina não é eficaz no tratamento de pacientes com a covid-19. “Vários estudos em andamento têm abordado o uso precoce de cloroquina, em que as propriedades anti-inflamatórias podem ser mais úteis”, avaliam os pesquisadores.