Aras ao STF: pedido para apreender celular de Zambeli cabe à PGR, não a Randolfe

1 de maio de 2020 at 07:23

A PGR está de acordo com a oitiva de Sergio Moro em cinco dias, como determinou Celso de Mello.

TOPO

Por Andréia Sadi

Cobre os bastidores de Brasília para o Jornal Hoje (TV Globo) e na GloboNews. Apresenta o Em Foco (GloboNews) e integra o Papo de Política (G1)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se nesta quinta-feira (30) contra o pedido do senador Randolfe Rodrigues para que fosse apreendido o celular da deputada federal Carla Zambeli, no âmbito do inquérito que apura as declarações do ex-ministro Sergio Moro sobre intervenção política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Chamada a opinar por Celso de Mello, a PGR respondeu ao relator do caso no STF nesta quinta.

Para Aras, a medida de apreensão do celular da deputada será realizada não a pedido de um parlamentar “que não tem legitimidade para isso“- e, sim, pela titularidade da ação penal – que é do Ministério Público Federal.

A PGR está de acordo com a oitiva de Sergio Moro em cinco dias, como determinou Celso de Mello.

No documento enviado ao STF hoje, segundo o blog apurou, Aras indicou três procuradores da República para acompanhar as diligências da PF. São eles: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.

A PGR vai iniciar diligências complementares depois da oitiva do ex-ministro, a exemplo de ouvir a deputada – podendo incluir a perícia no celular de Zambeli.

Brasil está na “pior situação do mundo” e pode dobrar número de mortes até domingo, diz estudo

30 de abril de 2020 at 10:58

Com informações do portal Diário do Nordeste

Estudo apontou que o Brasil o Brasil tem a pior situação no mundo, com o número de casos "em provável crescimento".

Estudo apontou que o Brasil o Brasil tem a pior situação no mundo, com o número de casos “em provável crescimento”. | Reprodução

O número de mortes pela Covid-19 no Brasil pode dobrar até este domingo (3), chegando a 9,7 mil. Foi o que projetou um estudo feito pelo Imperial College de Londres.

Segundo o levantamento com 48 nações, o número de óbitos deverá ser “muito alto” (acima de 5 mil) em só dois países, Brasil e Estados Unidos.

Amazonas chega a quase 5 mil casos de coronavírus e se aproxima de 400 mortes

Em uma previsão menos pessimista, os cientistas previam 5,6 mil óbitos até o fim desta semana no Brasil – nessa quarta, o Ministério da Saúde contabilizava 5.466. Já os números previstos para os EUA são maiores, de 13 mil a 15 mil, mas por lá a epidemia já está se estabilizando.

O estudo do Imperial College de Londres revela ainda, que o Brasil tem a pior situação no mundo, com o número de casos “em provável crescimento” e um registro “muito grande” de óbitos.

A pior previsão é para nove países em que a epidemia ainda se encontra “em provável crescimento”, o que inclui Brasil, Canadá, Índia, México e Rússia.

Farmácias disponibilizarão venda de Azitromicina após intervenção do governo do Pará

Segundo o estudo, o Brasil tem o maior número de reprodução de casos – cada doente transmite para aproximadamente três outros, forte indício de que a velocidade do crescimento da infecção é alto.

O Imperial College é uma das mais conceituadas instituições em modelagem matemática e vem publicando projeções desde que a epidemia chegou à Europa.

No entanto, o presidente Jair Bolsonaro parece ainda não estar convencido de que o isolamento social é necessário para evitar uma catástrofe. Ele tem defendido afrouxar as quarentenas para reabrir a economia e ampliou, na última quarta-feira (29), a lista de atividades consideradas essenciais, incluindo até startups e serviços de locação de veículos.

Gilmar Mendes rejeita ação de Eduardo Bolsonaro e mantém CPMI das Fake News

30 de abril de 2020 at 09:27

Ministro afirmou que comissão e inquéritos no STF são de vital importância para identificar quadrilhas que manipulam o debate público e violam a ordem democrática.

Por Márcio Falcão, Fernanda Vivas e Rosanne D’Agostino, TV Globo e G1 — Brasília

30/04/2020 09h09  Atualizado há 2 minutos

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou nesta quarta-feira (29) uma ação apresentada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para impedir a prorrogação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, em funcionamento no Congresso Nacional.

Gilmar citou que a CPMI e dois inquéritos em tramitação no STF, um que investiga fake news e outro que apura atos contra a democracia, “são de vital importância para o desvendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organizadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como milícias digitais, que manipulam o debate público e violam a ordem democrática”.

Segundo o parlamentar, a ampliação da duração dos trabalhos está “está na iminência de ocorrer”.

“Necessária a medida liminar uma vez ameaçados os direitos políticos do Impetrante, cujos danos, se concretizados, poderão ser irreversíveis, às custas da manutenção dos direitos fundamentais do Impetrante, bem como daqueles que ele representa”, afirma a ação de Eduardo Bolsonaro.

Também nesta quarta-feira, a CPMI enviou manifestação ao Supremo afimando que a eventual paralisação dos trabalhos pode gerar impacto nas investigações.

“A CPMI está apenas cumprindo com o seu dever constitucional de investigar o objeto para o qual foi criada. O impetrante [Eduardo] alega que o objeto da CPMI estaria sendo desvirtuado, mas não se desincumbiu do ônus de demonstrá-lo concretamente, sendo certo que a mera afirmação nesse sentido – desacompanhada de elementos indiciários – carece de valor jurídico”, afirmou o documento.

O deputado també pede na ação a invalidação de reuniões do colegiado realizadas em dezembro do ano passado. Em uma delas, houve o depoimento da líder do PSL, Joice Hasselmann (SP).

Segundo a ação, a deputada “proferiu discurso de várias horas com o único intuito de enfraquecer a legitimidade política do aqui Impetrante e de demais membros de sua base política, acusando-os de terem relação íntima em um complexo esquema de disparos de fake news”.

Em outra reunião, diz a ação, os deputados fizeram discursos que “demonstraram a tendência imparcial das inquirições”.

Os advogados de Eduardo Bolsonaro relataram na ação ao STF que Joice Hasselmann retirou da comissão parlamentares que pertenciam à base aliada do governo substituindo-os por deputados “sabidamente da oposição, inimigos declarados, visando manter e intensificar a perseguição”.

Foram substituídos no colegiado os deputados Filipe Barros (PSL-PR), a deputada federal Caroline de Toni (PSL-SC), bem como seus suplentes, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e o deputado federal Carlos Jordy (PSLRJ).

“Os referidos deputados eram membros da comissão e, em última análise, os únicos defensores dos interesses políticos da base aliada ao governo, ou seja, a única voz que representava a atuação política do Sr. Presidente da República e do Impetrante”, afirmou.

O pedido de Eduardo Bolsonaro relatou ainda que as convocações de testemunhas aprovadas pela CPMI eram de pessoas “sabidamente opositoras ao atual governo” e que foram negados pedidos de convocação apresentados por deputados alinhados ao governo.


Previsão de Mandetta sobre colapso na saúde começa a se tornar real

30 de abril de 2020 at 08:10

Com informações da Veja

A previsão foi feita no dia 20 de março pelo ex-secretário durante uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

 A previsão foi feita no dia 20 de março pelo ex-secretário durante uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. | Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Nos aproximamos do final do mês de abril junto com um dos momentos mais preocupantes e previamente alertados pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre o colapso do sistema de saúde no Brasil devido a pandemia de Covid-19.

“Claramente, em final de abril, nosso sistema de saúde entra em colapso. O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, mas simplesmente não há sistema para você entrar”, explicou Mandetta no dia 20 de março, durante uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e um grupo de empresários. As informações são da Veja.

Com 78 mil casos de Covid-19 no país e uma explosão de 2.600 nas últimas 24 horas, UPAs, UBSs e hospitais especializados trabalham sobrecarregados e sem pessoal suficiente para atender a demanda, como é o caso do estado do Pará que está com mais de 73% dos leitos ocupados.

Preço de respirador sobe mais de 200%, mas Pará compra com preço mais baixo que outros Estados

29 de abril de 2020 at 16:45

Mauro Neto e Redação

DOL

O governador Helder Barbalho conseguiu comprar os equipamentos com um preço mais em conta, por menos da metade dos R$ 280 mil de cada aparelho.

O governador Helder Barbalho conseguiu comprar os equipamentos com um preço mais em conta, por menos da metade dos R$ 280 mil de cada aparelho. | Agência Pará

Em meio a crise do Coronavírus, a falta de respiradores para atender os pacientes do Covid-19 passou a ser uma constante em todo mundo. Os preços dos respiradores dispararam e passaram a ser manipulados pelos chineses, principais produtores do equipamento. O preço do produto no mercado, de acordo com a CNN, chegou a subir 211%. Mesmo com ágio em cima do preço dos respiradores,  o Governo do Pará comprou  400 kits completos para UTIs (respiradores, monitores, oxímetros e bombas de infusão). 

O Governo do Pará, através de uma capacidade de negociação exemplar,  conseguiu compraros 400 respiradores por apenas R$ 126 mil cada unidade, preço bem menor do que e outros Estados, como a Bahia que comprou a R$ 160 mil cada unidade. 

A licitação dos 400 respiradores de última geração em tecnologia custou de fato apenas R$ 50,4 milhões aos cofres do Pará. O valor restante, aproximadamente R$ 49 milhões foi para aquisição dos outros componentes dos kits que incluem monitores, oxímetros e bombas de infusão.

HOSPITAL BEM MAIS BEM EQUIPADO DO BRASIL

Com estes equipamentos trabalhando em conjunto, o Governo do Pará adquiriu o que há de mais moderno para atender os casos gravíssimos de pacientes de Covid 19. Estes kits completos de UTIs serão instalados no hospital de campanha montado no Hangar já no início de maio, transformando todos os seus leitos em UTIs e virando o maior e mais bem equipado hospital de campanha do Brasil.

Com a instalação das 420 UTIs no Hangar, o Governo do Estado do Pará desafogará o sistema público municipal de Saúde, que está em colapso, com UPAs e PSMs fechados às vítimas de coronavírus. Como se sabe, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, recebeu R$ 61 milhões do Governo Federal para o combate ao Covid-19 e mesmo assim, sem planejamento, o caos se instalou nas unidades de saúde da capital paraense.

VALORES PAGOS EM OUTROS ESTADOS

Enquanto o governo do Pará desembolsou apenas R$ 126 mil por unidade de respirador, o mesmo não acontece no resto do País. De acordo com uma matéria publicada no dia 14 de abril, no portal Pleno News, o governo do Rio de Janeiro fez a aquisição de 300 respiradores, pelo preço de R$ 198 mil por unidade. 

Ministro do STF suspende nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF

29 de abril de 2020 at 10:26
TOPO

Por Andréia Sadi

Cobre os bastidores de Brasília para o Jornal Hoje (TV Globo) e na GloboNews. Apresenta o Em Foco (GloboNews) e integra o Papo de Política (G1)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal. A decisão é liminar – ou seja, provisória – e foi tomada em ação movida pelo PDT.

“Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7º, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal”, diz trecho do despacho

Ramagem, que é amigo da família Bolsonaro, foi escolhido pelo presidente da República para chefiar a PF, em substituição a Maurício Valeixo.

A demissão de Valeixo por Bolsonro levou à saída do então ministro da Justiça Sergio Moro, que acusa o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Esta reportagem está em atualização

Taxa de suicídios entre jovens no município de Altamira é alarmante

28 de abril de 2020 at 11:26

( com informação do el país )

Reprodução

Segundo reportagem do jornal El País, de janeiro deste ano até esta terça-feira (28), 15 pessoas se suicidaram no município de Altamira. Os dados foram obtidos pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado do Pará.

Nove deles eram jovens entre os 11 e os 19 anos. Uma tinha 26 anos e os outros cinco variavam dos 32 aos 78 anos. Os dados mostram um panorama alarmante em que os jovens são quase predominantes na taxa em tirar a própria vida.

A média no Brasil, segundo o DataSus, é de 6 suicídios a cada 100.000 habitantes. Altamira tem uma população estimada em 115.000. O número de mortes de 2020 coloca a cidade amazônica, em menos de quatro meses, com quase o triplo da média brasileira anual de suicídios.

Uma das hipóteses da causa dos suicídios, é por Altamira ser acometida por um cotidiano violento. O município paraense foi classificado como um dos mais violentos no ano de 2017 (que usou como base dados de 2015), desenvolvido pela Secretaria Nacional de Juventude em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Altamira hoje, ostenta o segundo maior índice de vulnerabilidade, entre jovens de 15 a 29 anos.

O gênero também não tem parecido ser relevante. O número de homens e mulheres que se suicidaram é quase equivalente: oito vítimas são do sexo feminino e sete do masculino. O método utilizado pela maioria é o mesmo que no restante do Brasil: enforcamento. Em apenas uma noite do mês de abril, cinco adolescentes foram atendidos por tentativa de suicídio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Altamira: dois deles não puderam ser salvos, a mais jovem com 13 anos.

Pelas cartas e mensagens deixadas pelos adolescentes antes de se suicidar, assim como pelas informações obtidas na apuração da reportagem, os motivos apontados são: um mundo injusto habitado por pessoas cruéis, a impossibilidade de se tornar aquilo que gostariam de ser, término de namoro, bullying na escola e no quartel, a descoberta de abuso sexual na família. 

AJUDA E PREVENÇÃO 

As redes de apoio emocional e prevenção de suicídio ajudam pessoas que estão passando por dificuldades. Entre em contato com uma destas redes se precisar de ajuda, ou precisar ajudar um amigo ou parente:

CVV / Telefone: 188

Possibilidade de impeachment de Bolsonaro tem 54% de aprovação dos brasileiros

27 de abril de 2020 at 15:22

Com informações do El País

Pesquisam apontam 54% de aprovação a abertura de um processo de impeachment.

Pesquisam apontam 54% de aprovação a abertura de um processo de impeachment. | Marcelo Camargo/Agência Brasil

pós a saída do então ex-ministro, Sérgio Moro, que durante coletiva de imprensa fez acusações de que o presidente Jair Bolsonaro estava interferindo politicamente no comando da Polícia Federal. Pesquisas realizadas pela consultoria Atlas Político, apontaram que a maioria dos entrevistados (54%) é a favor de um processo de impeachment contra Bolsonaro.

O presidente vem apresentando queda na aprovação do seu governo desde fevereiro. Principalmente pelo comportamento errático com relação a pandemia do novo coronavírus e o avanço da doença no Brasil e do baixo desempenho econômico nesse período, mas os reflexos da demissão de seu ministro mais popular afetaram diretamente seu capital político: 64,4% responderam que desaprovam seu desempenho enquanto 30% ainda o aprovam.

De acordo com a pesquisa do Atlas Político feita com 2.000 pessoas entre os dias 24 e 26 de abril, a imagem do presidente saiu ferida. A pesquisa, que tem uma margem de erro de dois pontos percentuais, mostra que 68% dos entrevistados discordam da demissão de Valeixo por Bolsonaro, enquanto 72% concordam com as críticas feitas por Moro ao presidente, como a alegação de tentativa de interferir politicamente em investigações da PF.

“Há uma queda sem precedentes da imagem positiva que o presidente tinha na nossa série histórica. Isso se reflete em várias perguntas relacionadas, como a pergunta sobre o impeachment. Pela primeira vez, a gente observa uma maioria a favor num momento em que se começa a discutir mais sobre isso, o que pode criar uma pressão popular sobre o Congresso”, afirma o cientista político Andrei Roman, criador do Atlas Político.

Atlas Político 

As trocas de farpas entre Bolsonaro e Moro trouxeram o assunto impeachment de volta ao debate público. A oposição têm aumentado a pressão na Câmara dos Deputados para que um processo seja iniciado. A Casa já recebeu pelo menos 19 pedidos que acusam o presidente de crime de responsabilidade, sendo oito deles protocolados neste ano. E um vigésimo pedido deverá ser entregue nos próximos dias pelo partido que elegeu Bolsonaro, PSL. Segundo a pesquisa do Atlas Político, 58% das mulheres são favoráveis a um processo de destituição do presidente enquanto entre homens o percentual cai para 49%. 

O presidente no entanto ainda detém forte apoio dos evangélicos, que têm base parlamentar importante no Congresso. 39% são a favor do impeachment e 53% são contra. Entre católicos, por exemplo, esses percentuais são de 59% a favor da destituição e 29% contra ela.

Pela primeira vez, Bolsonaro tem índices de rejeição maiores que o ex-presidente Lula (PT). Ele se elegeu em 2018 com forte discurso de polarização, no qual combatia o petismo. Atualmente Bolsonaro também tem menos popularidade que o ministro da economia Paulo Guedes, cuja aprovação só é menor que a de Mandetta e Moro. Líderes políticos que se colocam como oposição, como por exemplo Lula e Fernando Haddad, não têm crescido em meio à crise. “Você tem todo um desgaste do Bolsonaro, que não está conseguindo ser capitalizado pela esquerda, pela oposição formal ao Governo. O desempenho de Lula e Haddad segue sendo o mesmo. Mas existe o surgimento dessas novas figuras de direita, como Mandetta e Moro, que se colocam fortes competidores para 2022”, analisa Andrei Roman.

Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, deve ser anunciado como novo ministro da Justiça

26 de abril de 2020 at 08:43

Para direção da PF, governo decidiu pelo nome de Alexandre Ramagem, diretor da Abin. Oliveira e Ramagem são próximos aos Bolsonaro e já trabalharam para integrantes da família.

Por Delis Ortiz, TV Globo — Brasília

26/04/2020 07h30  Atualizado há 7 minutos

O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar Jorge Oliveira, atualmente ministro da Secretaria-Geral da Presidência, como o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, no lugar de Sergio Moro, que deixou o cargo na última sexta-feira (24).

Fontes do Planalto confirmaram que, depois de muito resistir, Jorge acabou aceitando o cargo na Justiça. Ele era o nome que a família Bolsonaro queria na pasta. Neste sábado (25), ele se reuniu com o presidente na residência oficial do Palácio da Alvorada.

O governo também já se decidiu sobre o novo diretor-geral da Polícia Federal. Vai ser Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Nacional de Inteligência (Abin). A vaga no comando da PF foi aberta depois de que Bolsonaro exonerou o delegado Maurício Valeixo. A saída de Valeixo foi um dos motivos que levaram Moro a deixar o governo, alegando tentativa de interferência política do presidente na PF.

O ministro Jorge Oliveira, atualmente na Secretaria-Geral da Presidência, deve ser o novo ministro da Justiça — Foto: Reprodução/GloboNews

O ministro Jorge Oliveira, atualmente na Secretaria-Geral da Presidência, deve ser o novo ministro da Justiça — Foto: Reprodução/GloboNews

Com essas modificações, Bolsonaro terá duas pessoas próximas a sua família nos dois postos. O pai de Oliveira trabalhou com o presidente quando ele era deputado. O próprio ministro já foi chefe de gabinete na Câmara de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Ramagem, delegado da PF, trabalhou como segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018.

Ramagem aparece em foto (direita) ao lado do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, em festa de ano novo na virada de 2018 para 2019  — Foto: Reprodução

Ramagem aparece em foto (direita) ao lado do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, em festa de ano novo na virada de 2018 para 2019 — Foto: Reprodução

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse no sábado que vai apresentar uma ação na Justiça para impedir que Ramagem assuma o cargo, caso ele seja nomeado diretor-geral da Polícia Federal. O deputado lembrou que Ramagem, além de ter chefiado a segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, também é amigo dos filhos do presidente.

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Bolsonaro recebe ministro cotado para assumir vaga de Moro

Bolsonaro recebe ministro cotado para assumir vaga de Moro

Inquéritos

A Polícia Federal investiga atualmente, a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), um esquema de fake news contra ministros da corte, e parlamentares suspeitos de apoiar atos antidemocráticos, que pregam intervenção militar.

O relator dos inquéritos, ministro Alexandre de Moraes, determinou que os delegados à frente dessas investigações sejam mantidos na função, depois que Moro denunciou que um dos motivos para Bolsonaro ter mudado o comando da PF é um incômodo do presidente com os inquéritos.


Prefeitura Municipal de Belém recebeu R$ 61 milhões para combate ao coronavírus

26 de abril de 2020 at 08:24

Luiza Mello/De Brasília

Zenaldo tinha exaltado a saúde municipal. Pouco tempo depois, sistema entra em colapso.

 Zenaldo tinha exaltado a saúde municipal. Pouco tempo depois, sistema entra em colapso. | Irene Almeida

Informações geradas pelo Portal da Transparência do Governo Federal mostram que a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) recebeu nesses últimos meses, R$ 61.4 milhões de crédito extraordinário do Ministério da Saúde para promover ações de enfrentamento de emergência mediante a crise do novo coronavírus.

Esse dinheiro entrou direto nos cofres da Prefeitura à título de custeio, ou seja, para o desenvolvimento específico de ações e serviços de saúde nessa que está sendo conhecida como a pior crise global registrada desde a Segunda Guerra Mundial. Mas o que se viu foi a fragilidade do sistema de saúde municipal, que entrou em colapso logo nos primeiros dias de agravamento da crise, que ainda não alcançou, segundo especialistas em saúde, sua fase mais grave.

INFORMAÇÕES

O próprio Ministério Público Federal (MPF) solicitou informações ao gabinete do prefeito Zenaldo Coutinho sobre as razões que já davam sinais de um colapso prematuro do sistema de saúde da capital paraense.

“Desde a semana passada há notícias de pessoas não conseguindo atendimento em unidades de saúde e hospitais, com pelo menos três casos de moradores que morreram em casa ou em seus carros depois de terem o atendimento recusado”, disse a nota divulgada pelo MPF no início da semana passada.

Mas será que o colapso no atendimento da saúde pública municipal acontece por falta de recurso? Não é o que apurou o DIÁRIO junto ao portal do Fundo Nacional de Saúde, gestor financeiro dos recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera federal.

Os dados apurados mostram que, somente no ano passado, também para custeio e para investimento, a Prefeitura de Belém recebeu R$ 1 bilhão para custear seu sistema de saúde, sendo R$ 462 milhões para vigilância em saúde; atenção básica; atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar; entre outras.

O valor disponível por ano para os investimentos em saúde pública por habitante do município de Belém é de R$ 688,04, segundo mostra o aplicativo “Onde está o dinheiro da Saúde?”, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz, que transforma os dados contábeis e as informações da administração pública em uma linguagem simples e acessível a qualquer cidadão.

Cenário de caos difere e muito do balanço feito há 3 meses

Poucos dias antes do aniversário de 404 anos de Belém, a Prefeitura Municipal divulgou um otimista balanço sobre o sistema de saúde local. Em matéria divulgada pela agência de notícias municipais, o prefeito Zenaldo Coutinho exaltou a eficiência de atendimento nas 85 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nas 10 casas especializadas e nas três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que estariam prontas para atender cerca de 300 mil habitantes por área, com realização de exames de urgência para radiologia, eletrocardiografia e exames laboratoriais. Quase quatro meses depois, e com o agravamento da crise na saúde na medida em que aumenta a demanda, causada pelos casos de coronavírus ou suspeitas, a propaganda de Zenaldo Coutinho foi por água abaixo e o sistema em Belém entrou em colapso.

CRISES

Não é novidade que a gestão municipal de saúde vem sendo alvo de sucessivas crises, provocadas ora pela superlotação, ora pela falta de médicos ou ora pela falta de equipamentos nessas unidades ou nos hospitais da rede municipal.

Muitas pessoas não estão conseguindo atendimento em UPAs da capital paraense. Sistema de saúde municipal está o caos.
Muitas pessoas não estão conseguindo atendimento em UPAs da capital paraense. Sistema de saúde municipal está o caos. Celso Rodruigues

Nos últimos dias, o cenário visto em Belém é de caos e desespero entre a população que necessita de atendimento; As Unidades de Pronto Atendimento e hospitais municipais estão completamente lotados e sem equipamentos adequados para os profissionais da saúde e sem médicos suficientes para fazer o atendimento. Ou seja, um cenário completamente diferente daquele vendido pela propaganda de Zenaldo Coutinho poucos dias antes da chegada do coronavírus ao Brasil.